Volta a Portugal: Bustamante impôs-se em Fafe, onde acabou a aventura de Whelan

Colombiano foi o mais forte no duro sprint a subir, negando final heróico ao australiano que a Glassdrive tirou do “desemprego”.

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Adrian Bustamante impôs-se na chegada a Fafe dr
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Adrian Bustamante (Kelly Simoldes) venceu esta sexta-feira, num mini-sprint de quatro ciclistas, a oitava etapa da 84.ª edição da Volta a Portugal, a mais curta, com 146,7 km percorridos em 3h34m26s entre Boticas e Fafe, a anteceder o penúltimo dia da prova, com chegada à Senhora da Graça, onde o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg) vai continuar a defender a camisola amarela.

O final de etapa, antecedido pelo troço de "sterrato" antes da descida para Fafe, recompensou o trabalho da Kelly Simoldes, que anulou a fuga e permitiu a Bustamante discutir o triunfo nos 600 metros finais de 4,3% de inclinação em empedrado, em que o colombiano se impôs à dupla da Euskaltel Euskadi, Mikel Iturria e Luis Angel Mate, e ao australiano James Whelan (Glassdrive).

O dia ficou marcado por uma fuga de oito ciclistas, de certa forma metida numa saia justa face à presença de James Whelan, o mais bem classificado - ainda que a quase cinco minutos (4m49s) do líder - do grupo onde seguia ainda o uruguaio Mauricio Moreira, vencedor da Volta a Portugal em 2021 e 2022, que estava já a 22 minutos do primeiro na geral.

A fuga gozou de relativa liberdade. Mas quando a vantagem chegou aos quatro minutos (já sem Mauricio Moreira e com o grupo reduzido a sete), provocou uma reacção no pelotão, com a Vorarlberg a assumir a perseguição para manter uma diferença recuperável.

Mas a "ameaça" de Whelan, que em 2018 venceu a Volta à Flandres de sub-23, tendo entre 2018 e 2021 integrado a EF Education-EasyPost, equipa do WorldTour, foi anulada com a meta praticamente à vista, depois de ter perdido gás na subida de Golães, a cerca de 40 quilómetros do final, onde ficou reduzida a meio minuto. Whelan e Antonio Jesus Soto (Euskaltel Euskadi) ainda alimentaram a esperança, mas a Kelly Simoldes tinha outros planos.

Whelan ainda voltou à carga para tentar a vitória, mas faltaram forças nos últimos metros para ir além do quarto lugar. Agora, com 27 anos, depois de um segundo lugar nos Nacionais de fundo da Austrália, há um ano, Whelan mudou-se para Portugal graças à Glassdrive, que o "descobriu" e tirou do desemprego a meio da temporada, e o australiano quis retribuir a confiança, acelerando na frente, quando o grupo estava já reduzido a quatro unidades.

Esforço que esteve perto de ser recompensado, mas que só vingou até à entrada nos quatro quilómetros finais, quando Whelan e Antonio Jesus Soto, os resistentes, foram alcançados depois de um meritório trabalho e entendimento perfeito, concluídos com um cumprimento de grande fair-play.

Geral por pontos sem surpresas

Noutra dimensão da corrida, com o checo Daniel Babor (Caja Rural) e o venezuelano Leangel Linarez (Tavfer) separados por cinco pontos, a penúltima etapa em linha, antes da chegada à Senhora da Graça e do contra-relógio de Viana do Castelo, oferecia a derradeira oportunidade para os candidatos à camisola laranja esgrimirem argumentos.

Quarto da classificação por pontos, Andoni Abetxuko (Euskaltel Euskadi) entrou na fuga e foi reduzindo a diferença para os da frente, vencendo em Salamonde e Póvoa de Lanhoso, superando João Matias (Tavfer) e ameaçando Leangel Linarez, que passou por dificuldades a 60 quilómetros da meta. No final, ficou quase tudo na mesma.

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