Queixas contra Carris e Carris Metropolitana aumentaram para mais do dobro

A carreira 3710 que liga o Terminal da Costa da Caparica a Lisboa (Areeiro) é uma das linhas que registou mais reclamações.

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Atrasos e variações dos horários são as reclamações mais apontadas pelos consumidores Maria Abranches
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Desde o início do ano, as reclamações contra os autocarros da Carris e da Carris Metropolitana aumentaram para mais do dobro face a 2022.

Mais atrasos, alterações de carreiras e má conduta dos motoristas levaram ao aumento do número de queixas contra a Carris e a Carris Metropolitana na primeira metade deste ano. Entre os dias 1 de Janeiro e 15 de Agosto, o Portal da Queixa assinalou 1229 reclamações de passageiros, mais 150% do que o registado no período homólogo, correspondente a 492 queixas.

Só a Carris Metropolitana, que entrou em funcionamento em Junho do ano passado, é responsável por 80% das reclamações, num total de 2183 ocorrências apontadas às empresas de Transportes Colectivos de Passageiros que operam na Área Metropolitana de Lisboa (AML). A empresa aumentou para o dobro o número de queixas afectas ao seu serviço, que foram de 110, em 2022 - embora o registo abranja apenas três meses -, para 220 em 2023.

Os meses de maior pico dizem respeito ao período de arranque da actividade da operadora - Julho (253), Agosto (92) e Setembro (155). Já este ano, destacam-se os meses de Janeiro (414), Fevereiro (155) e Março (108), bem como o período em que a cidade recebeu a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na qual se observaram 127 reclamações, entre Julho e 15 de Agosto.

Já a Carris, que em 2022, no período em questão, somou 382 reclamações, em 2023, subiu para 1009.

Mais de metade das reclamações (53,8%), de acordo com a análise, estão relacionadas com os atrasos dos autocarros e variações dos horários. As “mudanças nos percursos e a remoção de carreiras sem a substituição adequada”, referidas por utilizadores do serviço, resultaram em 19% das queixas.

Com menor representatividade, assinalaram-se as queixas contra a conduta dos motoristas (12,2%), invocando o não respeito pelas paragens, a ocorrência de infracções e a condução “de forma perigosa”, além da falta de autocarros (11,3%), que se repercute em “atrasos e sobrelotação” dos veículos.

A carreira 3710, que liga o Terminal da Costa da Caparica e Lisboa (Areeiro), é uma das que recebe mais reclamações. Segue-se a 4701, que vai de Lisboa (Oriente) ao Vale da Amoreira e a 4512, com partida de Alcochete (Freeport) e destino em Setúbal (ITS).

De acordo com os indicadores avaliados, a Carris tem um Índice de Satisfação (IS) atribuído pelos utilizadores como "razoável", com 58.7 em 100 pontos, enquanto a Carris Metropolitana tem um IS classificado como "insatisfatório", com 8.3 em 100 pontos.

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