Foi sem querer
Na manhã seguinte, a Rosário disse que não aguentava mais e contou à Sãozinha como a Glória empurrara o Litúrgico.
A Maria do Rosário não conseguia dormir por causa do episódio do gato. À noite, na camarata, a Sãozinha ouviu-a chorar. Aproximou-se da cama dela, agachou-se, pegou-lhe na mão tentando umas palavras pacificadoras, mas sem muita habilidade, até porque desconhecia o motivo do sofrimento. Deixa-me estar, disse a Maria do Rosário, e a Sãozinha regressou à sua cama, com a sensação de impotência de quem não é capaz de sanar o mundo, fazer uma carícia à realidade e pô-la a sorrir.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.