A província chinesa de Hebei e a região de Pequim vão passar os próximos dois anos a recuperar das inundações do início do mês, com os trabalhos de reconstrução a ascenderem a 95,8 mil milhões de yuan (12 mil milhões de euros) só em Hebei.
Ao todo, 5% dos 74 milhões de habitantes da província foram afectados pelas cheias, que destruíram mais de 60 mil habitações e provocaram danos em outras 155 mil. Calcula-se que em toda a região tenham morrido pelo menos 76 pessoas, havendo ainda vários desaparecidos.
As autoridades locais garantem que as pessoas afectadas vão poder regressar às suas casas até ao próximo Inverno, segundo a agência estatal China News Service.
As garantias chegam depois de uma série de protestos na região contra as autoridades locais, acusadas de terem gerido mal a descarga das águas e de terem agravado as consequências das cheias provocadas pelo tufão Doksuri.
Com uma precipitação superior a 100 milímetros em mais de 50% do território de Hebei, as cheias do início do mês foram as mais extensas na província de que há memória; em Pequim — cujo território se encontra no interior da província de Hebei —, não se viam inundações desta dimensão desde 2012.
"Este é o pior desastre natural na capital em muitos anos. A última tempestade desta dimensão ocorreu em 2021", disse Katrina Yu, jornalista do canal Al-Jazira.
"As pessoas estão a perguntar porque é que as lições do passado recente não foram aprendidas, e porque é que os edifícios e as estradas não foram reforçados."
No imediato, o Governo central chinês destinou quase oito mil milhões de yuan (mil milhões de euros) em ajuda humanitária às áreas mais afectadas, incluindo as cidades de Pequim e Tianjin e as províncias de Hebei, Heilongjiang e Jilin.