Na Volta, Liñarez levou tudo o que havia para levar

O ciclista venezuelano é o novo camisola amarela, depois de ter triunfado na segunda etapa. Nos sprints, Liñarez não tem rival à altura nesta Volta a Portugal.

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Linarez celebra na etapa 1 da Volta EPA/NUNO VEIGA
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Uma fuga, pelotão a controlar à distância, fugitivos “caçados” assim que o pelotão entende, algumas aventuras individuais posteriores (condenadas ao fracasso), final ao sprint e triunfo relativamente fácil. O desenho da etapa 2 da Volta a Portugal foi igual ao da primeira tirada – e não será estranho que assim se mantenha no sábado e no domingo, ainda que em dias de perfil diferente.

Nesta sexta-feira, Leangel Liñarez (Tavfer) ficou com tudo: etapa – a segunda, depois do triunfo em Ourém – e camisola amarela, conquistada pelas bonificações do triunfo na meta. Se é sprint, é para Liñarez, que bateu na meta Daniel Babor e César Martingil.

Há pouco para contar da etapa 2 em matéria de animação e surpresas, mas, no plano da estratégia, até houve um detalhe interessante.

Quando apanhou a fuga, o pelotão viu sair do grupo Fábio Costa, ciclista da Glassdrive, equipa do camisola amarela. Movimentação algo inesperada, até porque Rafael Reis, o líder da corrida, já disse mais do que uma vez que a Glassdrive, com quatro ciclistas na luta pela vitória, só tem dois domestiques para trabalho – Reis é um, Fábio Costa é outro.

A opção da equipa poderá ter sido proteger-se precisamente do trabalho, já que tendo Costa na frente teria a “desculpa” perfeita para deixar a cabeça do pelotão a cargo de outras equipas – e, caso houvesse inércia, talvez o fugitivo ainda tivesse o seu dia de sorte.

Deu-se apenas o primeiro cenário, com outras equipas, como a Caja Rural e a Euskaltel a perseguirem Fábio Costa com sucesso.

Ainda houve um quinteto a prestar-se à aventura na aproximação a Vila Franca de Xira, mas, mais atrás, as equipas com sprinters acabaram por garantir um final em pelotão compacto – já algo curto –, que sorriu a Liñarez.

O ciclista venezuelano tem, agora, sete segundos de vantagem para Babor e dez para Rafael Reis na liderança da classificação.

Para este sábado poderá perfeitamente dar-se mais um final em sprint, mas o cenário não é tão certo como nas etapas 1 e 2. Há duas elevações nos últimos 40 quilómetros e um final com uma ligeira inclinação – bom para sprinters mais leves, mas melhor ainda para puncheurs com boa aceleração.

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