Portugal fecha Mundiais de pista com prova discreta no omnium feminino

Maria Martins levava alguma tarimba para esta prova, mas acabou por mostrar incapacidade física para competir ao seu nível. Somou, ainda assim, alguns pontos para a qualificação olímpica.

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Maria Martins, ciclista portuguesa Adriano Miranda
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O talento e os resultados passados de Maria Martins colocavam a ciclista portuguesa com legítimas esperanças de medalha nos Mundiais de ciclismo de pista, mas o cenário não passou da teoria. No momento da verdade, “Tata” Martins acabou por não exibir o nível mostrado noutras ocasiões e acabou nesta quarta-feira a prova de omnium em 10.º lugar, a 63 pontos de uma medalha e a 75 do ouro da norte-americana Jennifer Valente.

Tata somou, ainda assim, pontos importantes para o ranking de qualificação olímpica – a título de exemplo, um ouro num Europeu vale os mesmos pontos que um sétimo lugar no Mundial. Nessa medida, acabou por salvar o dia e sair com uma boa notícia.

Na prova composta por quatro vertentes, Tata fez um percurso de trás para a frente. Primeiro, no scratch, esteve quase sempre discreta e aparentemente com algumas dificuldades na leitura de corrida – chegava-se à frente em momentos pouco importantes e cedia nas fases mais decisivas. Conseguiu, ainda assim, salvar alguns pontos na parte final da prova, terminando no décimo lugar.

Na corrida seguinte, a prova de tempo, voltou a estar discreta e sabia, quando entrou na prova de eliminação, uma das mais divertidas do ciclismo de pista, que a luta pelas medalhas, que parecia algo utópica, dependia de um bom resultado – e fez por isso.

É certo que esteve a meros centímetros de ser eliminada no top 10 e no top 8, mas acabou por conseguir chegar às cinco ciclistas finais – momento em que desistiu, provavelmente percebendo que a falta de capacidade física recomendava gestão de esforço para a prova final, para a qual entrou em nono lugar, a 24 pontos das medalhas.

Na prova final, Maria Martins entrou sem especial ímpeto ofensivo e só subiu posições no top 10 quando a italiana Paternoster caiu. O próprio top 10 começou a estar em risco, mas a portuguesa acabou por segurar a posição.

Neste último dia de Mundiais Portugal acabou por falhar uma medalha possível, mas sai de Glasgow com uma medalha de ouro.

Iuri Leitão foi campeão do mundo de omnium e, aos 25 anos, saiu da Escócia com um ouro inédito, que lembrou ser “um feito inacreditável” por Portugal apenas estar na modalidade há 12 anos.

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