Conseguido um novo avanço na fusão nuclear

A 5 de Dezembro de 2022, os cientistas já tinham conseguido, pela primeira vez, produzir mais energia nuclear de fusão do que a energia do próprio laser usado na experiência.

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Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, EUA Damien Jemison/Laboratório Nacional Lawrence Livermore/Reuters

Cientistas norte-americanos conseguiram produzir, pela segunda vez desde Dezembro, mais energia numa reacção de fusão nuclear, informou no domingo o Laboratório Nacional Lawrence Livermore.

Os cientistas do laboratório com sede na Califórnia repetiram a ignição por fusão numa experiência realizada na Instalação Nacional de Ignição (NIF) a 30 de Julho, que produziu um rendimento energético superior ao de Dezembro, destacou um porta-voz do Laboratório Nacional Lawrence Livermore. Os resultados finais ainda estão a ser analisados, acrescentou o porta-voz.

O Laboratório Lawrence Livermore conseguiu, a 5 de Dezembro de 2022, produzir mais energia de fusão do que a energia do próprio laser usado na experiência. Os cientistas focaram um laser num alvo de combustível para fundir dois átomos leves num mais denso, libertando a energia.

Essa experiência alcançou por breves momentos o que é conhecido como ignição por fusão, gerando 3,15 megajoules de energia após o laser ter fornecido 2,05 megajoules ao alvo, informou o Departamento de Energia dos Estados Unidos. Por outras palavras, produziu mais energia a partir da fusão nuclear do que a energia do laser utilizada para o impulsionar, afirmou o departamento.

O Departamento de Energia chamou-lhe "um grande avanço científico em décadas que abrirá caminho para avanços na defesa nacional e no futuro da energia limpa".

Há cerca de um século que os cientistas sabem que a fusão nuclear é a fonte de energia do Sol e há décadas que procuram desenvolver a fusão na Terra. Esta descoberta poderá um dia ajudar a travar as alterações climáticas, se as empresas conseguirem desenvolver a tecnologia a um nível comercial nas próximas décadas.