Santarém, com 46,4 graus, bate o recorde de temperatura máxima para 2023

Dados preliminares indicam que nesta segunda-feira foi atingida a temperatura máxima do ano em Santarém, com 46,4 graus Celsius, ultrapassando o valor de 43,6 atingido no domingo em Mértola.

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Massa de ar quente vinda do Norte de África fez aumentar as temperaturas Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE/
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A massa de ar quente que atravessa nestes dias Portugal continental e que fez subir as temperaturas acima dos 40 graus em muitas localidades terá sido responsável pelo recorde de temperatura máxima de 2023, até agora. A estação meteorológica de Fonte Boa, em Santarém, atingiu a temperatura de 46,4 graus Celsius, de acordo com a informação preliminar que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) deu ao PÚBLICO ao fim da tarde.

O recorde do ano “foi mesmo a temperatura de Santarém hoje, mas são tudo valores preliminares”, adianta Ângela Lourenço, meteorologista do IPMA, por telefone. O valor bateu a temperatura atingida neste domingo em Mértola, de 43,6 graus, que tinha sido o recorde anterior.

Será que amanhã poderá haver novos recordes? “É provável que este valor não seja atingido amanhã porque já se prevê uma descida dos valores de temperatura”, explica a meteorologista. “Amanhã, [a descida de temperaturas] começa no litoral, que abrange os distritos de Lisboa, Leiria, Aveiro e no Sul. As regiões do interior ainda vão ter valores elevados de temperatura, mas não me parece que essas temperaturas possam ser ultrapassadas.”

Os valores altos que estão a ser atingidos devem-se não só ao facto de estarmos no Verão, mas também à massa de ar quente proveniente do Norte de África, adianta a meteorologista. Esta situação levou o IPMA a lançar alertas vermelhos nesta segunda-feira para os distritos de Évora, Castelo Branco, Lisboa, Portalegre e Setúbal.

Além de Santarém, Tomar atingiu 44,6 graus e Mora atingiu 44,4 graus. Todos estes dados terão ainda de ser confirmados, sublinha Ângela Lourenço. De qualquer forma, estes valores ficam longe do máximo de sempre, os famosos 47,3 graus atingidos na Amareleja, no Alentejo, a 1 de Agosto de 2003. E também não ultrapassam os 47 graus atingidos em Pinhão, a 14 de Julho de 2022.

Os avisos do IPMA para amanhã já não contêm nenhum alerta vermelho. Apesar do calor extremo destes últimos dias, Ângela Lourenço estima que para a maioria das localidades do continente não vai ser atingido uma onda de calor, que exige pelo menos seis dias em que “a temperatura máxima diária é superior em 5 graus Celsius ao valor médio diário no período de referência”, informa o IPMA no seu site.

“Ainda não são dias suficientes para uma onda de calor. É muito provável que na maior parte das estações acabe por não se cumprir o critério”, refere Ângela Lourenço.

No entanto, a massa de ar quente já fez aumentar o número de incêndios em todo o continente. Para esta segunda-feira, o IPMA avisava que 120 conselhos tinham o perigo máximo de incêndio. Dos 19,124 hectares de área ardida desde o início do ano, 8579 hectares (44,86%) arderam nos primeiros dias de Agosto, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Estes valores ainda não têm em conta a área ardida nesta segunda-feira.