Ucrânia acusa Rússia de crime de guerra por ataque a centro de transfusão de sangue
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denuncia ataque com “uma bomba teleguiada” e declara que “a derrota dos terroristas é uma questão de honra para quem valorizam a vida”.
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Exército russo de ter cometido um novo crime de guerra na Ucrânia, na madrugada deste domingo, no ataque a um centro de transfusão de sangue na cidade de Kupyansk, na região de Kharkiv, perto da fronteira com a Rússia. Segundo Zelensky, o ataque foi feito com "uma bomba teleguiada" e provocou pelo menos dois mortos.
"Bastaria este crime de guerra para sabermos tudo sobre a agressão russa", disse o Presidente ucraniano, em mensagens publicadas nas redes sociais, acompanhadas por uma imagem de um edifício em chamas.
Referindo-se aos responsáveis pelo ataque como "bestas", Zelensky declarou que "a derrota dos terroristas é uma questão de honra para quem valoriza a vida".
Durante a noite de sábado e a madrugada de domingo — e também segundo as autoridades ucranianas —, a Rússia lançou uma série de ataques com dezenas de mísseis, um deles contra uma fábrica de material aeronáutico em Khmelnytskyi, na região ocidental da Ucrânia, que terá feito pelo menos quatro feridos.
Segundo uma fonte ucraniana citada pela agência Reuters, "no total o inimigo usou 70 meios de ataque aéreo em várias ondas de ataques, da noite de 5 de Agosto à manhã de 6 de Agosto". De acordo com a Força Aérea ucraniana, entre 40 e 50 mísseis russos foram abatidos, juntamente com "todos os drones Shahed lançados pela Rússia".
Do outro lado da fronteira, as autoridades russas dizem ter abatido um "drone hostil" que se dirigia a Moscovo, e a agência russa RIA noticiou que o Exército ucraniano danificou a ponte do estreito de Chonhar, na península da Crimeia.
"Os terroristas de Kiev lançaram 12 mísseis, nove dos quais foram abatidos pelas defesas aéreas. O ataque feriu um civil que estava a passar na ponte naquele momento", disse o governador nomeado pelas forças da ocupação russa na região de Kherson, Volodymyr Saldo.
Na sua declaração diária ao país, na noite de sábado, o Presidente da Ucrânia referiu-se também ao seu plano de "limpeza da corrupção" no país, marcado por um sistema enraizado de enriquecimento ilícito desde os tempos da implosão da União Soviética e alimentado pela Rússia desde a chegada de Vladimir Putin ao poder, há duas décadas.
"Na próxima semana iremos continuar o nosso trabalho de limpeza das instituições do Estado, afastando todos os que tentaram manter os velhos hábitos do passado e os esquemas que enfraqueceram a Ucrânia durante décadas", disse Zelensky, sem avançar pormenores.
O combate à corrupção é uma das exigências das instituições internacionais — principalmente a União Europeia — para que a Ucrânia possa beneficiar de apoios mais duradouros para o seu desenvolvimento.