O primeiro título em Inglaterra é do Arsenal

Um golo no 11.º minuto de descontos permitiu aos “gunners” adiar a decisão da Community Shield para os penáltis, onde Fábio Vieira fez o remate que derrotou o Manchester City.

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Fábio Vieira marcou o penálti decisivo em Wembley Reuters/DYLAN MARTINEZ
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Não teve ainda o tempero e os ingredientes dos grandes jogos da Premier League, mas houve emoção e serviu de aperitivo para o início de mais uma temporada em Inglaterra. Manchester City e Arsenal defrontaram-se neste domingo em Wembley na Community Shield, a supertaça inglesa, e, num jogo ainda com sabor a pré-época, foi preciso esperar pelo minuto 77 para se assistir a (grande) golo para os "citizens" - Cole Palmer bateu Aaron Ramsdale. Porém, numa das últimas jogadas da partida (11.º minuto de descontos), o belga Leandro Trossard restabeleceu o empate. Na decisão por penáltis, Kevin de Bruyne e Rodri falharam para o City, e Fábio Vieira fez o remate que garantiu a 17.ª Community Shield do Arsenal.

Meio ano depois das duas equipas que dominaram o futebol inglês na última temporada se terem defrontado pela última vez, Mikel Arteta surgiu em Wembley com um plano de jogo diferente. A 15 de Fevereiro, na jornada 12 da Premier League 2022/23, o técnico espanhol procurou condicionar o amigo Pep Guardiola, retirando a bola aos rivais. O resultado foi apenas 36% de bola para o City, mas uma vitória da equipa de Manchester no Emirates Stadium, por 3-1.

Assim, desta vez os londrinos deixaram que os "citizens" controlassem o jogo. Com Rúben Dias e Bernardo Silva no “onze”, e um banco de luxo (Ederson, Laporte, Kevin de Bruyne e Phil Foden), os campeões ingleses acabaram por não traduzir o domínio territorial (quase 70% de posse ao intervalo) em oportunidades e, na primeira parte, o perigo rondou num par de ocasiões ambas as balizas.

Mesmo apresentando uma atitude cautelosa, o Arsenal nunca abdicava de atacar a baliza defendida por Stefan Ortega, contando para isso com dois reforços que prometem ter impacto nos londrinos em 2023/24: Declan Rice e Kai Havertz.

A segunda parte manteve a mesma tendência e começou novamente com equilíbrio nas oportunidades, mas mantinha-se mais controlo pelo City. Até que, em cima da hora de jogo, Guardiola começou a mexer: no intervalo de sete minutos, Phil Foden, Cole Palmer e Kevin De Bruyne substituíram Jack Grealish, Erling Haaland e Mateo Kovacic.

A mudança resultou numa primeira ameaça de Palmer (remate por cima do inglês de 21 anos), mas, à entrada da última dezena de minutos, o jovem formado na academia do City parecia ter desatado o nó da final: 14 minutos depois de entrar em campo, o avançado rematou com enorme qualidade em arco com o pé esquerdo, não dando hipóteses a Aaron Ramsdale. Game over para o Arsenal? Não.

Sem deitarem a toalha ao chão, os “gunners” nos últimos minutos foram à procura do golo que adiasse a decisão para as grandes penalidades e, mesmo sem conseguirem criar grandes oportunidades, foram felizes no 11.º minuto de descontos: após um canto para o Arsenal, o belga Leandro Trossard, uma das apostas de Arteta na segunda parte, rematou, a bola desviou em Manuel Akanji e traiu Ortega.

Mantendo a tendência dos últimos anos, pela quarta vez em sete anos o duelo da Community Shield terminava empatado nos 90 minutos e, sem que o regulamento da prova preveja prolongamento, a decisão do vencedor do troféu surgiu através da marcação de penáltis.

E, aí, apenas o Arsenal foi competente. Kevin de Bruyne, o primeiro jogador do City a tentar converter a grande penalidade, acertou na barra. Pouco depois, foi o médio espanhol Rodri que não conseguiu bater Ramsdale.

A bola passava para o lado de Fábio Vieira, o quarto jogador do Arsenal chamado a rematar. Com a eficiência de sempre, o internacional sub-21 português não falhou. Com fortuna q.b. do seu lado, os “gunners” conquistavam em Wembley a 17.ª Community Shield e deixam argumentos a Guardiola para reivindicar reforços.

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