Lago Titicaca está a secar com onda de calor. O estranho Inverno no hemisfério Sul

Hemisfério Sul está a viver um Inverno invulgarmente quente. O maior lago da América do Sul está a secar e, à volta, os agricultores estão desesperados por ajuda.

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Gabriel Flores e Isabel Apaza caminham no leito seco e rachado perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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O Titicaca está a apenas 30cm de atingir o seu nível mais baixo desde 1996 Reuters/CLAUDIA MORALES
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Pescadora num canal estreito perto da margem do lago Titicaca, durante a estação seca em Huarina, Bolívia, a 3 de Agosto de 2023 Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza e Gabriel Flores navegam no seu barco através de um estreito caminho de água perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza caminha no leito seco e rachado ao lado de um barco abandonado perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza caminha no leito seco rachado perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza caminha descalça no leito seco e rachado perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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O Titicaca está a apenas 30cm de atingir o seu nível mais baixo desde 1996 Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza e Gabriel Flores navegam no seu barco através de um estreito caminho de água perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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Uma vista parcial do lago Titicaca em época de seca em Chua, Bolívia, 3 de Agosto de 2023 Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza mostra a área do lago Titicaca sem água na época da seca, em Huarina, Bolívia Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza e Gabriel Flores conduzem o seu barco através de um estreito caminho de água perto da margem do lago Titicaca Reuters/CLAUDIA MORALES
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Isabel Apaza e Gabriel Flores caminham sobre canas queimadas perto da margem do lago Titicaca em época de seca Reuters/CLAUDIA MORALES

A costa ressequida e as profundidades cada vez menores do lago Titicaca estão a provocar um alarme crescente de que um antigo modo de vida ao redor do maior lago da América do Sul desapareça, enquanto uma onda de calor brutal causa estragos no Inverno do hemisfério Sul.

Como muitos lugares que sofrem as consequências fatais da mudança climática, o extenso lago de água doce aninhado na Cordilheira dos Andes, na fronteira da Bolívia com o Peru, apresenta agora um nível de água que se aproxima do mínimo histórico. A nível mundial, Julho foi o mês mais quente de que há registo.

O Titicaca está a apenas 30 cm de atingir o seu nível mais baixo desde 1996, devido à forte seca, disse Lucia Walper, funcionária do serviço de hidrologia e meteorologia da Bolívia. Ela acrescentou que a seca pode durar até Novembro em algumas partes do país.

Os agricultores da comunidade vizinha de Huarina estão desesperados por ajuda. "Olhe, esta parte está totalmente seca. Não há água", aponta Isabel Apaza. "Não sei mais o que vamos fazer, já que não temos comida para as nossas vacas ou cordeiros."

Há décadas que as águas do lago Titicaca têm estado instáveis a uma altitude de cerca de 3800 metros acima do nível do mar, o que o torna ainda mais vulnerável à evaporação pela radiação solar, de acordo com especialistas da Universidade Técnica de Oruro, na Bolívia.

Ao longo de extensos trechos das margens do lago, áreas outrora férteis foram recentemente reduzidas a pó. "É como se a terra estivesse a arder", lamentou o líder de Huarina, Gabriel Flores.

A seca histórica na América do Sul também atingiu o sector agrícola crucial da vizinha Argentina, o que levou o Fundo Monetário Internacional a prever uma contracção económica de 2,5% neste ano.

Enquanto isso, no Uruguai, o reservatório de Canelón Grande, uma das principais fontes de água potável para a capital Montevideu, também murchou em Junho, quando o nível da água baixou tanto que a relva cobriu grande parte do leito do lago.