Da calma fez-se o vento, de Sandra Rocha: Diz-me de onde vieste

De um sopro, duas vidas. Um livro e uma exposição de Sandra Rocha propõem duas cosmogonias — a origem é comum; o caminho e o destino são diferentes.

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O novo livro de Sandra Rocha é a transfiguração de três exposições
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Percebe-se ao olhar para a produção fotográfica mais recente de Sandra Rocha que ela é uma artista que gosta de apanhar fiapos; de não dar nenhuma imagem como definitivamente arrumada, sobretudo se falarmos de contextos expositivos. Tem sido comum vê-la resgatar uma ou outra fotografia mais antiga em trabalhos novos, num gesto onde tem demonstrado precisão cirúrgica, que tem potenciado releituras da sua obra e contribuído para lhe dar um maior sentido de unidade. Isto não significa que Sandra Rocha (Angra do Heroísmo, 1974) esteja já naquela fase luxuosa de gestão de arquivo, ou pouco desperta para novas ou velhas inquietações — pelo contrário, o que tem demonstrado é um alinhamento seguro de ideias, uma clarividência no momento do fazer e do mostrar. A sensação que fica é que as (ainda muito novas) imagens da fotógrafa açoriana parecem envelhecer bem. E que tanto são imagens poliédricas (ajustam-se bem lado a lado, na sequência ou no conjunto de outras), como fractais (misturam-se bem umas nas outras, são fluidas).

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