Juros dos novos créditos à habitação a taxa variável sobem em Junho. Taxa fixa recua

Volume de novos empréstimos diminuiu ligeiramente em Junho e as renegociações de contratos abrandaram. Já amortizações antecipadas de crédito aumentaram.

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Subida das taxas Euribor continua a agravar custo dos novos empréstimos à habitação Manuel Roberto
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A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação manteve a trajectória de subida em Junho, mas de forma mais lenta, passando de 4,16% em Maio para 4,25% em Junho. A subida foi mais pronunciada no crédito a taxa variável, ou seja, associado às taxas Euribor, que continua a ser o mais utilizado, voltando a ficar ligeiramente acima da taxa fixa.

A taxa média dos novos créditos para compra de casa está em máximos desde Fevereiro de 2012, subiu a um ritmo muito acelerado nos últimos 12 anos, altura em que se situava em 1,47%. Esta subida é explicada pela evolução das taxas Euribor, que continuam presentes na maioria das novas operações (67,8%).

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), a taxa de juro média dos novos créditos a taxa variável aumentou para 4,37% em Junho (4,20 em Maio).

Já a taxa fixa média caiu ligeiramente para 4,16% (4,19% no mês anterior), uma diferença de 0,21 pontos. Contudo, as taxas fixas também subiram longo do último ano, já que se situavam 3,31% em Junho de 2022.

Mas os empréstimos a taxa fixa no mês em análise continuaram a representar a menor fatia: 9,5%. A crescer continua a opção pelo regime de taxa mista - fixa no período inicial e variável no seguinte -,que representou 22,7%.

O montante total de empréstimos aos particulares ascendeu a 2165 milhões de euros, menos 126 milhões do que em Maio.

Daquele “bolo”, 1524 milhões de euros destinaram-se à compra de habitação própria, menos 101 milhões que em Maio, mas acima dos 1402 milhões contratados em Junho de 2022.

A percentagem de novo crédito relativo a renegociações regulares de empréstimos caiu pelo segundo mês consecutivo, e de forma mais pronunciada em Junho. Assim, as renegociações regulares para alteração das condições dos empréstimos (classificadas para novo crédito),nomeadamente para reduzir as prestações mensais, representaram 30,1%, abaixo dos 38,3% de Maio, e do valor mais alto do ano verificado em Abril (38,3%).

Ainda no segmento do crédito à habitação, verificou-se um aumento dos reembolsos antecipados, que passaram de 0,81% para 0,86% do stock de empréstimos. A subida verificou-se essencialmente nos reembolsos totais, que subiram de 0,66% para 0,70% da carteira, uma vez que o peso dos reembolsos parciais não se alterou (0,15%).

Nos reembolsos totais entra a utilização de poupanças para terminar o empréstimo, beneficiando de condições especiais pela isenção temporária da comissão de resgate de 0,5%, aplicável apenas nos contratos a taxas variáveis, mas também pela venda dos imóveis.

Do total de crédito concedido às famílias, 438 milhões de euros foi crédito ao consumo, menos 31 milhões que em Maio, e 203 milhões foi para outros fins, mais nove milhões face ao mês anterior.

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