EDP vai compensar abate de 1821 sobreiros em Sines com 42 mil árvores e arbustos
Despacho que aprova parque eólico de Morgavel foi publicado esta terça-feira. Plano de compensação de abate de 1821 sobreiros prevê plantação de 42 mil árvores e arbustos, 30 mil serão sobreiros.
A EDP Renováveis informou esta quarta-feira que o plano de compensação pelo abate de sobreiros do parque eólico de Morgavel, em Sines, prevê a plantação de cerca de 42.000 árvores e arbustos, das quais 30.000 são sobreiros.
"O plano de compensação de abate de sobreiros do parque eólico de Morgavel prevê a plantação de cerca de 42.000 árvores e arbustos, das quais 30 mil serão sobreiros, numa área aprovada pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), equivalente a 50 hectares e largamente superior à que será intervencionada para a construção do parque eólico", informou fonte oficial da EDP Renováveis, em comunicado.
A EDP garantiu ainda que vai assegurar a manutenção daquela área florestal ao longo da duração do projecto "e, já numa fase imediata, a beneficiação de estradas e acessos em mais de sete quilómetros, com impacto directo no apoio ao combate a incêndios".
"Dos sobreiros identificados para eliminação, 75% estão em fase jovem, existindo ainda uma quantidade significativa de sobreiros que se encontram em mau estado de conservação", apontou a empresa. O sobreiro é uma espécie de árvore protegida e emblemática das paisagens do país.
O ministro do Ambiente declarou a "imprescindível utilidade pública" do Parque Eólico de Morgavel, que a EDP Renováveis quer construir em Sines, autorizando o abate de 1821 sobreiros, segundo um despacho publicado em Diário da República na terça-feira.
O despacho por Duarte Cordeiro declara "a imprescindível utilidade pública do Parque Eólico de Morgavel (PEM) e da linha eléctrica a 400 kV de interligação à subestação de Sines", considerando que estão reunidas as condições necessárias, como a conformidade ambiental do projecto, as autorizações de abate/corte de sobreiros pelos proprietários e que a Parque Eólico de Moncorvo, da EDP Renováveis, apresentou um projecto de medidas compensatórias por arborização de povoamento misto de sobreiros e medronheiros numa área de 50,07 hectares.
A empresa tinha pedido autorização para proceder ao abate de 1821 sobreiros numa área de 32,22 hectares de povoamento, localizados nas freguesias de Sines e Porto Covo, União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra, nos concelhos de Sines e Santiago do Cacém.
Com o despacho publicado, o Ministério do Ambiente autoriza assim o abate daquelas árvores, condicionando-o "à aprovação e implementação do projecto de compensação e respectivo plano de gestão", bem como ao "cumprimento das eventuais condicionantes apresentadas pela entidade licenciadora desta obra e todas as demais exigências aplicáveis".
Para a decisão do Governo pesou também o "relevante interesse público, económico e social do empreendimento, cumulativamente às obrigações inerentes ao contrato assinado entre a requerente e o Governo Português, a qual se encontra contratualmente obrigada a promover a execução de um Parque Eólico que concorra para o cumprimento pelo Estado Português dos objectivos de Quioto e do Plano Nacional de Energia".
Foram ainda consideradas a Avaliação de Impacte Ambiental, que decidiu em conformidade com a localização do empreendimento, após equacionadas as alternativas, bem como a declaração da Câmara Municipal de Sines que expressa o interesse do município na instalação daquela central eólica.
Em Fevereiro, a Autoridade da Concorrência (AdC) autorizou a EDP Renováveis a comprar a Parque Eólico de Moncorvo, que actualmente se dedica a conceber e implementar o parque eólico de Morgavel, no concelho de Sines.
A Morgavel é titular de um direito de interconexão à rede para capacidade de produção eólica de remuneração garantida a instalar de 50 megawatts (MW), bem como de um direito a instalar 10 MW adicionais de equipamento, nos termos de contrato celebrado com a Direcção-Geral de Energia e Geologia, em Maio de 2009.
O processo de aquisição do parque eólico de Morgavel por parte da EDP Renováveis encontra-se actualmente em fase de conclusão, segundo a empresa.