No Kosovo, 100 novos graffiti dão cor à selva de betão que é Pristina
Um festival de três dias recebeu mais de 100 artistas de 28 países que cobriram 2000 metros quadrados de muro de uma cidade conhecida por ser cinzenta.
Conhecida como a capital do betão, Pristina está a tentar revitalizar a sua imagem cinzenta e monótona com graffiti vivos nas paredes e nos edifícios, ajudando a transformar os espaços públicos em áreas mais convidativas e vibrantes. Mais de 100 artistas de 28 países cobriram 2000 metros quadrados de paredes na Rruga B (Rua B) da cidade num festival realizado nos últimos três dias.
Esta rua divide os antigos edifícios comunistas a oeste e os novos edifícios a leste, que têm todos uma coisa em comum: pouco espaço para utilização pública e uma abundância de betão. "Quando se vê o betão, parece que ainda está em construção", disse Agon Xhelili, organizador do festival Meeting of Styles Kosovo. "Quando os artistas vêem estes locais dizem: 'caramba, este é o melhor sítio para pintar'."
A organização sem fins lucrativos com o mesmo nome, Meeting of Styles, foi criada em meados dos anos 90 na Alemanha, apoiando artistas autorizados a pintar legalmente milhares de metros quadrados de áreas abandonadas. Desde a sua criação, já organizou mais de 400 eventos como o de Pristina, ajudando milhares de artistas em todo o mundo.
Daniel Sharon, um artista de Londres que participou no evento com o irmão, estava a pintar motivos de um filme de terror a preto e branco dos anos 50, A Criatura da Lagoa Negra. "Penso que seria muito positivo (visualmente e para o turismo) se permitissem mais murais de arte pública", disse Sharon.
Após o fim da guerra no Kosovo em 1999, o país dos Balcãs assistiu a um boom na construção, embora o governo tenha dito que mais de 70% de todos os apartamentos e casas foram construídos sem aprovação oficial. O governo prometeu legalizar a maior parte delas.