“Barbenheimer” já fez mais de quatro milhões de euros em Portugal

Números do fim-de-semana mostram que fenómeno de sessão dupla Barbie e Oppenheimer é consistente. A nível global, os dois filmes já foram além dos mil milhões de euros em receitas.

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Margot Robbie em Barbie DR
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Não foi só um acontecimento isolado: o fenómeno “Barbenheimer” é real e atingiu números atómicos pelo segundo fim-de-semana consecutivo, e também em Portugal. Se a nível global os dois filmes já acumularam mais de mil milhões de euros de receitas de bilheteira, as contas portuguesas mostram que entre quinta-feira e domingo passados, ou seja 27 e 30 de Julho, mais de 203 mil pessoas foram ao cinema ver Barbie (129.570) e, logo a seguir, Oppenheimer (74.223), o que converteu os 11 últimos dias num dos melhores períodos do ano para a exibição cinematográfica doméstica. Juntos, os dois filmes já acumularam 4,1 milhões de euros em vendas de bilhetes no território nacional.

Segundo dados revelados esta segunda-feira pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), os dois filmes continuam a reinar nos cinemas portugueses, onde podem ser vistos em quase 250 ecrãs: já mais do que duplicaram o seu número de espectadores desde estreia simultânea, no passado dia 20. Barbie é agora o terceiro filme mais visto do ano em Portugal, tendo destronado Super Mario Bros. O Filme e A Pequena Sereia, e mantendo-se na peugada de Avatar: O Caminho da Água (466 mil espectadores). Continua longe, porém, de apanhar o filme mais visto do ano, que é ainda Velocidade Furiosa X: os seus 658 mil espectadores renderam 4,2 milhões de euros às salas nacionais.

Barbie arrecadou já 2,6 milhões de euros de receitas brutas de bilheteira e Oppenheimer 1,4 milhões. Logo atrás nos números desta semana está um rival de peso chamado Tom Cruise, com o seu elogiado Missão: Impossível Ajuste de Contas Parte Um. O filme de acção chegou uma semana antes desta proposta de sessão dupla a que se convencionou chamar “Barbenheimer” e que soma 1,5 milhões de euros de receita e 246 mil espectadores.

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Cillian Murphy em Oppenheimer DR

Mas é em "Barbenheimer" que se concentram as atenções. Dois filmes que não podiam ser mais diferentes mas que criaram um namoro de Verão. “O fim-de-semana número dois comprova que o interesse efusivo por Barbie e Oppenheimer de há uma semana não foi um acaso”, disse à revista Variety o analista da Comscore Paul Dergarabedian. “Ambos os filmes obtiveram números de segundo fim-de-semana [em sala] que podem ser considerados estreias sólidas e que reflectem duas das melhores sessões pós-estreia na história das [contagens] de bilheteiras”, enfatiza o conhecido comentador.

O filme de Greta Gerwig sobre a boneca de proporções impossíveis já acumulou 679,4 milhões de receitas brutas de bilheteira em todo o mundo, constituindo até ao momento o terceiro maior lançamento do ano a nível global; já o biopic sobre o criador da bomba atómica, da autoria de Christopher Nolan, produziu 400 milhões de euros de receitas de bilheteira, naquela que é uma das melhores estreias do realizador de O Cavaleiro das Trevas.

Barbie, com Margot Robbie e Ryan Gosling, foi o filme mais visto em Portugal no fim-de-semana de estreia, com mais de 189 mil espectadores e 1,1 milhões de euros de receitas de bilheteira. Os números do ICA mostraram esta segunda-feira que ao longo da semana que se seguiu à chegada às salas a maré não baixou.

Juntos, por mais inusitado e improvável que seja este par cinematográfico, os dois filmes conseguiram ultrapassar a marca dos mil milhões de euros em vendas de bilhetes em todo o mundo e a indústria rejubila. “É um momento de referência para o cinema, para os espectadores e para as salas”, notou o mesmo Paul Dergarabedian, desta feita citado pela agência Associated Press.

“Ter dois filmes de estúdios rivais [Warner e Universal] ligados desta forma e a impulsionarem o destino um do outro (...)... não sei se há algo comparável a isto nos anais da história das bilheteiras”, rematou, entusiasmado.

A pandemia foi catastrófica para o sector da exibição cinematográfica, obrigando ao adiamento de estreias e de filmagens, e assim abalroando o calendário meticulosamente montado pelos grandes estúdios. Do lado do público, acelerou-se a mudança em curso nos seus hábitos de consumo, com uma assinalável migração para o streaming. Três anos depois, continua a provar-se complexo atrair espectadores para as salas, mesmo quando estão em causa os filmes-espectáculo de Hollywood. Daí que a indústria leia como sinais esperançosos fenómenos como este "Barbenheimer".

Entretanto, como contraponto, as próximas semanas não prometem estreias de grande dimensão, ainda sob o efeito-dominó da covid-19. E a dupla greve de actores e argumentistas que está em curso nos Estados Unidos está a causar novos atrasos e mais disrupção na máquina de Hollywood.

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