FCT aprova menos bolsas de doutoramento em meio não-académico do que o previsto
A ministra da Ciência tinha determinado a reserva de 400 vagas para doutoramentos fora da academia, como em empresas ou museus, mas houve apenas 300 bolsas aprovadas para financiamento.
A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) aprovou o financiamento de 300 novas bolsas de doutoramento para investigadores em contexto não-académico, nomeadamente empresas, menos cem do que o número inicialmente previsto pela principal instituição de financiamento público da ciência em Portugal.
Os resultados provisórios do concurso de 2023 para bolsas de doutoramento financiadas pela FCT foram publicados esta segunda-feira no portal da instituição e prevêem a atribuição de 1450 bolsas, das quais 300 foram atribuídas fora de universidades e instituições científicas, como são exemplo disso as empresas, os hospitais, os museus, as bibliotecas ou a administração pública.
A 1 de Março, quando abriu o concurso, a FCT, entidade na dependência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, anunciou que das 1450 bolsas de doutoramento previstas, 400 seriam exclusivamente meio não-académico.
Justificando o financiamento de menos 100 bolsas em meio não-académico face ao número inicialmente apontado, a FCT refere que as bolsas aprovadas foram “as que melhor se posicionaram na lista de classificação e seriação dos painéis de avaliação”.
Os resultados divulgados esta segunda-feira podem ser contestados até 14 de Agosto, com os resultados definitivos a serem publicados até ao fim de Outubro.
As bolsas de doutoramento, concedidas por concurso anual pela FCT em regime de exclusividade e com a duração máxima de quatro anos, apoiam a frequência do grau académico de doutor a um investigador que executa o seu trabalho científico num laboratório, universidade, empresa ou outra entidade não-científica ou não-académica.
O Governo fixou como meta que até 2027 metade das bolsas de doutoramento para investigadores científicos sejam atribuídas fora de universidades e instituições científicas, designadamente em empresas.
Em Outubro, na apreciação parlamentar da proposta do Orçamento do Estado para 2023, a ministra da tutela, Elvira Fortunato, justificou a necessidade do reforço de bolsas de doutoramento em empresas com o facto de existirem apenas “8% de doutorados em ambiente não-académico/científico”.
O Orçamento do Estado para este ano prevê a concessão de 2885 novas bolsas de doutoramento, das quais 650 em empresas ou outras entidades não-académicas, todas financiadas directamente pela FCT (através designadamente de concursos dirigidos individualmente aos candidatos ou a projectos científicos).
No concurso individual de 2022 foram atribuídas 1451 bolsas de doutoramento, incluindo 103 em instituições não-académicas.