Trump é acusado de novos crimes no caso dos documentos em Mar-a-Lago
Antigo Presidente dos Estados Unidos é alvo de novas acusações de posse de documentação classificada e de obstrução de justiça.
O ex-Presidente norte-americano Donald Trump é acusado de novos crimes no caso dos documentos secretos levados da Casa Branca para a sua residência privada de Mar-a-Lago, na Florida. De acordo com documentos judiciais, Trump é alvo de mais uma acusação de um crime relativo a posse ilegítima de documentação classificada e de dois crimes de obstrução de justiça.
A nova acusação de retenção de documentação classificada baseia-se em declarações de Trump proferidas num dos seus campos de golfe, em Nova Jérsia, em que o ex-Presidente se terá vangloriado de estar na posse de um "plano de ataque" contra outro país, sublinhando que se tratava de um documento altamente secreto. Trump, o primeiro ex-Presidente dos EUA a responder por crimes federais, é agora acusado de um total de 37 crimes de posse de documentos classificados.
Um segundo funcionário do antigo Presidente em Mar-a-Lago, Carlos de Oliveira, também foi esta quinta-feira formalmente acusado de obstrução à justiça por ter dado ordens a um subordinado, a mando do "chefe", presumivelmente referindo-se a Trump, para apagar gravações de videovigilância potencialmente relevantes para a investigação.
Oliveira junta-se a outro funcionário de Trump, Walt Nauta, que já tinha sido acusado de auxiliar Trump na ocultação dos documentos secretos.
Em reacção, a campanha presidencial de Trump emitiu um comunicado a acusar o Presidente Joe Biden e a sua família de manipularem o sistema judicial para perseguir o político republicano, tese que o ex-chefe de Estado e os seus aliados têm repetido ao longo dos últimos meses.
O julgamento de Trump relativo aos documentos levados para Mar-a-Lago está marcado para Maio de 2024, ano de eleições presidenciais.
O republicano é alvo de outras investigações judiciais, como a relativa ao seu papel na invasão do Capitólio e a que tem como objecto as alegadas pressões ilegítimas exercidas sobre as autoridades eleitorais do estado da Geórgia durante o apuramento dos resultados da votação presidencial de 2020, em que Trump perdeu para Biden.
Para já, a crescente avalanche de casos não aparenta afectar a popularidade de Trump junto do eleitorado republicano, com as sondagens a apontar o ex-Presidente como o candidato favorito da direita à Casa Branca, com uma larga vantagem sobre o seu rival mais próximo, Ron DeSantis.