Ministro da Defesa russo foi conhecer o arsenal balístico da Coreia do Norte

Kim Jong-un acompanhou Shoigu numa visita guiada, em Pyongyang, ao mais recente armamento norte-coreano. Imagens da agência estatal mostram míssil intercontinental exposto.

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Kim Jong-un mostra o armamento norte-coreano a Serguei Shoigu Reuters/KCNA
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Kim Jong-un mostra o armamento norte-coreano a Serguei Shoigu Reuters/KCNA
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Kim Jong-un mostra o armamento norte-coreano a Serguei Shoigu EPA/KCNA
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Kim Jong-un mostra o armamento norte-coreano a Serguei Shoigu EPA/KCNA
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Em Pyongyang, no âmbito de uma visita inédita de três dias à Coreia do Norte, o ministro da Defesa da Federação Russa, Serguei Shoigu, visitou esta quinta-feira uma exposição do mais recente armamento do regime de Kim Jong-un. Imagens divulgadas pela agência noticiosa estatal coreana KCNA mostram inclusivamente o líder norte-coreano no papel de guia.

Avaliando as fotografias da KCNA, os analistas dizem que entre o material de guerra exibido parece constar o Hwasong-17, um sistema de míssil intercontinental (ICMB), supostamente com capacidade para transportar ogivas nucleares e com um alcance estimado de 13 mil quilómetros.

A confirmar-se, sublinham, o momento pode ser visto como um aparente respaldo do Governo russo a um dos eixos do programa nuclear norte-coreano – o balístico –, sancionado pelas Nações Unidas, e cujo desenvolvimento conta com a oposição oficial da Rússia e da China. Nem que seja porque os mísseis nucleares norte-coreanos estão banidos, ao abrigo das resoluções do Conselho de Segurança que não foram vetadas por Moscovo ou Pequim.

“Percorremos um longo caminho desde os tempos em que a Coreia do Norte evitava exibir as suas capacidades nucleares quando altos dignitários estrangeiros da Rússia e da China visitavam o país”, considera Ankit Panda, investigador e especialista em Política Nuclear e Assuntos Asiáticos do Carnegie Endowment for International Peace.

“A tour personalizada para Shoigu – ou a disponibilidade de Shoigu para ser fotografado com Kim durante a visita – é a prova de que Moscovo está a ser complacente com a modernização nuclear em desenvolvimento na Coreia do Norte”, acrescenta, citado pela Reuters.

As imagens da KCNA também mostram aquilo que parece ser um novo modelo de drone militar – no final do ano passado, pelo menos cinco drones norte-coreanos cruzaram a fronteira com a Coreia do Sul e sobrevoaram algumas cidades sul-coreanas, incluindo a zona norte da capital, Seul.

A visita de Shoigu à Coreia do Norte é uma das primeiras de um membro de um governo estrangeiro ao país desde a reabertura pós-pandémica e é a primeira de um ministro da Defesa russo desde a desintegração da União Soviética, no início dos anos 1990.

O motivo oficial da visita está relacionado com as celebrações, nesta quinta-feira, do 70.º aniversário da assinatura do acordo de armistício que suspendeu as hostilidades da Guerra da Coreia (1950-1953).

Uma vez que nem a Coreia do Norte nem a Coreia do Sul conseguiram concluir um tratado de paz, ainda estão tecnicamente em guerra. Não obstante, o armistício é tratado pelo regime comunista como um triunfo do seu Exército e a data – a que chama Dia da Vitória na Grande Guerra da Libertação da Pátria – é celebrada todos os anos com grandes paradas militares.

A KCNA diz que Shoigu entregou a Kim Jong-un uma carta redigida pelo Presidente russo, Vladimir Putin. Em resposta, o líder norte-coreano “manifestou a sua visão sobre questões de interesse mútuo na luta para salvaguardar a soberania, o desenvolvimento e os interesses dos dois países, contra práticas autoritárias e arbitrárias de imperialistas e para alcançarem a justiça e a paz internacionais”.

Na terça-feira, Shoigu mostrou-se aberto ao “reforço da cooperação entre os departamentos de Defesa” dos dois países.

Para John Kirby, porta-voz da Casa Branca para a Segurança Nacional, a presença de uma figura tão importante do Kremlin em Pyongyang é prova do cada vez maior isolamento internacional da Rússia, por causa da guerra.

“Não é segredo para ninguém. O senhor Putin está a contactar outros países para obter ajuda e apoio para fazer a sua guerra na Ucrânia”, afirmou, na quarta-feira, num comunicado. “E isso inclui, como sabemos, contactos com a Coreia do Norte.”

O Governo da República Popular da China também enviou um representante de alto nível. Trata-se de Li Hongzhong, membro do politburo do Partido Comunista Chinês, que entregou uma missiva de Xi Jinping a Kim, na qual o Presidente chinês enfatiza a “grande importância da amizade” com a Coreia do Norte.

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