Shell lucra cinco mil milhões de dólares e resultados da Centrica disparam
Depois dos resultados históricos em 2022, a petrolífera viu o seu lucro cair no segundo trimestre de 2023. Já a fornecedora de gás Centrica viu os seus lucros dispararem.
Depois dos resultados históricos registados em 2022, os lucros da Shell caíram 56% no segundo trimestre do ano, à boleia da redução dos preços do petróleo e do gás, obrigando a empresa a desacelerar seu programa de recompra de acções.
Os dados apresentados nesta quinta-feira pela petrolífera dão conta de cinco mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros) de lucro, ficando aquém das previsões que apontavam para lucros próximos de 5,8 mil milhões de dólares (5,2 mil milhões de euros).
Os resultados do segundo trimestre comparam ao lucro trimestral recorde de 11,5 mil milhões de dólares (10,4 mil milhões de euros) no ano anterior e de 9,65 mil milhões (8,7 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2023.
A Shell diz que a queda foi o resultado dos preços mais baixos do gás natural liquefeito, do recuo nos preços do petróleo e do gás e nas margens mais baixas na refinaria.
O barril de petróleo Brent foi negociado entre 70 e 90 dólares este ano, abaixo dos preços de 2022, quando cada barril chegou a custar 139 dólares e nunca foi negociado abaixo dos 75 dólares.
Os números poderão obrigar a empresa a desacelerar a recompra de acções, apesar de o presidente-executivo, Wael Sawan, ter afirmado que continuará a ser dada prioridade a este programa, justificando com o valor que as acções representam.
O responsável sublinhou ainda que a empresa apresentou um "sólido desempenho operacional e fluxos de caixa no segundo trimestre, apesar do ambiente de preços mais baixos nas matérias-primas".
Apresentados também nesta quinta-feira, os lucros da britânica Centrica aumentaram quase dez vezes na área do fornecimento de gás no primeiro semestre de 2023.
A divisão de fornecimento da British Gas Energy registrou lucros ajustados de 969 milhões de libras (1,1 mil milhões de euros) contra 98 milhões (114 milhões de euros) no ano anterior.
Estes resultados foram divulgados num momento em que, segundo a Reuters, milhões de famílias britânicas lutam para pagar as contas de energia e depois de o regulador Ofgem ter alertado as empresas para evitarem pagamentos excessivos aos seus accionistas.
De acordo com o Guardian, os resultados agora conhecidos vêm dar força aos apelos para que o Governo britânico avance com descontos na factura da energia para as pessoas com deficiência, os seus cuidadores e idosos com dificuldades em pagar as contas.