Ucraniana que recusou cumprimentar russa foi desqualificada dos Mundiais de esgrima

Foi o primeiro confronto entre atletas ucranianos e russos em qualquer modalidade desde a invasão da Ucrânia, à excepção do ténis.

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A guerra na Ucrânia chegou aos Mundiais de esgrima EPA/Tibor Illyes

A atiradora ucraniana Olga Kharlan foi nesta quinta-feira desqualificada da prova de sabre dos Mundiais de esgrima, em Milão, por se ter recusado a cumprimentar a sua adversária, a russa Anna Smirnova, no final do confronto que venceu por 15-7.

A desqualificação foi decidida pouco depois do final do combate entre Olga Kharlan, tetracampeã do mundo de sabre, e Anna Smirnova, que foi o primeiro confronto entre atletas ucranianos e russos em qualquer modalidade desde a invasão da Ucrânia, à excepção do ténis.

As regras da Federação Internacional de Esgrima, que até Março deste ano foi liderada pelo oligarca russo Alisher Usmanov, prevêem que os atiradores se cumprimentem no final do combate.

No final do confronto, que decorreu sob forte incentivo dos membros da delegação ucraniana e gritos de "Slava Ukraini" [Glória à Ucrânia], Kharlan recusou-se a cumprimentar Smirnova, que compete na qualidade de "atleta individual neutra" e que se manteve vários minutos na pista, como forma de protesto pela conduta da adversária.

O combate só foi possível porque o decreto do Ministério do Desporto que proibia a participação de atletas de delegações oficiais ucranianas em competições que envolvessem russos e bielorrussos foi alterado na quarta-feira e passou a abranger apenas "atletas que representem" aqueles dois países.

A invasão russa, iniciada em 24 de Fevereiro de 2022 - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia, para segurança da Rússia -, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.