Rodrigo Cuevas olha a vida como uma festa no FMM

A poucos meses de lançar Manual de Romería, o músico espanhol que pensa a tradição como viva e transformadora apresenta em Sines um novo concerto dedicado à celebração.

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Rodrigo Cuevas Beatriz Tafaner
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“O meu objectivo é fundirmo-nos na miséria, porque acredito no fim da humanidade.” Em 2021, quando Rodrigo Cuevas actuou na edição portuense da Womex, a maior feira dedicada às músicas do mundo, foi com esta frase que começou a despedir-se do público — uma frase tão desconcertante como a casa (que é a sua música) onde coabitam tradições musicais das Astúrias e da Galiza, e os mais arrojados recursos electrónicos. Sem que haja uma colisão entre esses dois mundos; existe, sim, uma tensão que Cuevas valoriza e explora com a mestria suficiente para que tudo soe orgânico e não um mash-up martelado até encaixar à força. Para o músico espanhol, tal como o foi para António Variações nos anos 80 portugueses, é tão simples como dizer-se seguidor da tradição, mas não se esquecendo de que esta vive hoje, ligada ao que acontece à sua volta. “É uma tradição alinhada com o tempo em que vivo”, explica Cuevas em conversa com o PÚBLICO. “Não me interessa fazer uma recriação do que se passava em ‘minha casa’ há cem anos. Interessa-me mais o que se passa na minha vida agora. A tradição é muito importante e, para mim, está viva, não é uma coisa antiga.”

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