Incêndios florestais na Grécia atingem o continente e matam duas pessoas

Fogo nas ilhas abranda, mas calor e ventos fortes abriram novas frentes de incêndio no centro da Grécia. País regista emissões recorde em Julho. Governo tenta trazer turistas de volta com vouchers.

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Incêndio na zona industrial na cidade de Volos, no centro da Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Incêndios na Grecia, atingem agora o continente. Fogo em Sesklo Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Uma fábrica de plástico a arder na localidade de Sesklo, em Volos, no centro da Grécia EPA/IKONOMOU VASSILIS
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O fogo na localidade de Vati, na ilha de Rodes Reuters/NICOLAS ECONOMOU
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Na ilha de Rodes permanece o rasto da destruição e ainda algumas chamas Reuters/NICOLAS ECONOMOU
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Incêndio na zona industrial na cidade de Volos, no centro da Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Incêndio na zona industrial na cidade de Volos, no centro da Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Helicóptero abastece-se de água para combater as chamas na cidade de Volos Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Combate às chamas na cidade de Volos, no continente da Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Rasto de destruição na cidade de Volos, na Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Rasto de destruição na cidade de Volos, na Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS

Os incêndios florestais que têm sido alimentados por ventos fortes e temperaturas superiores a 40 graus Celsius mataram duas pessoas no centro da Grécia na quarta-feira e forçaram uma nova onda de evacuações em vários locais.

Na quarta-feira à noite, contavam-se 61 incêndios florestais em toda a Grécia, segundo os bombeiros. As autoridades ordenaram a evacuação de várias comunidades na zona duramente afectada de Magnesia, uma zona costeira a Norte de Atenas.

O corpo de um pastor de 45 anos foi encontrado numa zona rural na quarta-feira à noite, segundo os bombeiros. Antes disso, as autoridades tinham encontrado o corpo de uma mulher, segundo a televisão estatal ERT. Ambas as mortes foram atribuídas aos incêndios.

Dezenas de bombeiros, assistidos por 15 carros de bombeiros, estavam a combater as chamas que ameaçavam a zona industrial da cidade de Volos, a capital regional. Os bombeiros circulavam em torno da zona enquanto tentavam protegê-la.

O Ministério do Trabalho instou os empregadores da zona a suspenderem o funcionamento das suas empresas esta quinta-feira.

Um outro incêndio deflagrou perto da cidade de Lamia, a sul de Volos. Os residentes de várias povoações foram aconselhados a abandonar as suas casas.

Nos últimos dias, vastas zonas do Mediterrâneo têm sido afectadas por uma intensa vaga de calor estival e os bombeiros têm lutado para apagar os incêndios em vários países do Sul da Europa.

Risco extremo mantém-se

Na ilha grega de Rodes, onde mais de 20 mil turistas e habitantes locais fugiram dos hotéis e casas à beira-mar durante o fim-de-semana. Os incêndios começaram a diminuir esta quarta-feira, embora os bombeiros ainda estivessem a tentar apagar uma parede de chamas perto de uma zona montanhosa no sul de Rodes, que arde sem controlo há mais de uma semana.

"A batalha contra os incêndios devastadores continua em várias frentes por todas as forças da Protecção Civil em condições extremas", disse o porta-voz dos bombeiros, Ioannis Artopios, num briefing. "Hoje [quarta-feira] foi o dia mais difícil deste Verão".Ioannis Artopios afirmou que o risco de incêndio continua a ser "extremo" em várias zonas da Grécia.

O ministro da Protecção Civil e da Crise Climática, Vassilis Kikilias, reconheceu que a Grécia está a viver "dias de Verão muito perigosos". Os incêndios, segundo Kikilias, foram alimentados por ventos fortes e agravados por temperaturas anormalmente elevadas, provocando frentes de fogo que se estendem por vários quilómetros.

"Dada a crise climática, voltaremos a ter condições extremas que voltarão a testar a nossa força. Nada está terminado, a batalha vai continuar durante todo o Verão", afirmou.

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Incêndio na zona industrial na cidade de Volos, no centro da Grécia Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS

Como trazer os turistas de volta com vouchers?

Esta quarta-feira, o Governo procurou conter os danos causados à reputação de um dos seus principais factores de rendimento, o turismo. A Grécia depende fortemente do seu comércio turístico de sol e mar e Rodes, uma das maiores ilhas do mar Egeu, é um dos seus principais destinos, atraindo cerca de 1,5 milhões de visitantes estrangeiros nos meses de Verão.

Cerca de 3000 turistas deixaram Rodes para regressar a casa de avião até terça-feira, enquanto os operadores turísticos cancelaram as próximas viagens. A TUI cancelou os voos para Rodes até sexta-feira.

A ministra do Turismo, Olga Kefalogianni, sublinhou que os incêndios florestais afectaram apenas uma pequena parte da ilha. "Contactámos a câmara dos hoteleiros e queremos ver como podemos trazer de volta as pessoas com vouchers de férias", disse à Open TV.

Os bombeiros também estavam a combater um incêndio na ilha de Evia, onde dois pilotos morreram na terça-feira quando o seu avião se despenhou numa encosta quando estava a lançar água sobre as chamas.

Os incêndios florestais na Grécia são comuns no Verão, mas as condições mais quentes, secas e ventosas, resultado das alterações climáticas, transformaram o país num foco de incêndios no Mediterrâneo nos últimos anos.

A Presidente Katerina Sakellaropoulou e o seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, discutiram a questão por telefone e concordaram em unir esforços para sensibilizar a União Europeia para o impacto das alterações climáticas, informou a Presidência em comunicado.

Milhões de euros e emissões recorde

Na quarta-feira, o Governo encerrou a antiga Acrópole de Atenas, um dos locais turísticos mais visitados do mundo, ao início da manhã devido ao calor abrasador.

"Estou a fazer um apelo para que nenhum trabalhador saia hoje para a rua. Será o dia mais quente do Verão", declarou o ministro do Trabalho, Adonis Georgiadis, na plataforma de mensagens X, anteriormente conhecida como Twitter.

Artopios, o porta-voz dos bombeiros, disse que o combate aos incêndios representava um encargo financeiro significativo para a Grécia, com os esforços de combate aos incêndios só em Rodes a custarem cerca de 7,5 milhões de euros até à data.

Os incêndios florestais gregos libertaram um recorde de 1 megatonelada de emissões de carbono entre 1 e 25 de Julho, segundo o Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus da UE. Este valor foi quase o dobro do anterior recorde de Julho de 2007, tendo as nuvens de fumo afectado a qualidade do ar nas regiões a sotavento.