As ondas de calor que têm varrido a Europa em Julho, causando incêndios e recordes de temperatura, também estão a contribuir para o aquecimento das águas superficiais do mar Mediterrâneo. Uma imagem divulgada esta quinta-feira pelo Copérnico, o programa europeu de observação da Terra, destaca uma anomalia da temperatura da superfície do mar no dia 24 de Julho de 2023.
O mapa, elaborado a partir dos dados disponibilizados por modelos do serviço marítimo do Copérnico, indica uma anomalia de até mais 5,5 graus Celsius não só junto às costas italiana e grega, mas também no Norte do continente africano.
Investigadores do Instituto de Ciências do Mar (ICM), de Barcelona, em Espanha, já haviam anunciado que as águas do mar Mediterrâneo atingiram, na segunda-feira, a temperatura diária mais elevada de que há conhecimento. “Foi batido um novo recorde para o período de 1982-2023 para a temperatura média diária da superfície do mar no Mediterrâneo, com 28,71 graus Celsius”, afirmaram os cientistas do ICM. Tais recordes foram confirmados esta quinta-feira pelo Copérnico.
O calor nas águas superficiais acompanha a subida dos termómetros em terra. Na segunda-feira, por exemplo, o termómetro chegou aos 48 graus Celsius na Sardenha, a segunda maior ilha de Itália, a temperatura mais elevada alguma vez observada na Europa durante o mês de Julho.
Estes extremos climáticos estão a sobrecarregar hospitais, esvaziar pontos de atracção turística e a alimentar incêndios florestais. No último fim-de-semana, 19 mil turistas e habitantes deixaram a ilha grega de Rodes, o que constitui a maior evacuação de uma região grega motivada por fogos florestais.