O que é o Black Hornet, o drone espião que cabe na palma da mão?

Pode voar 25 minutos em quase silêncio e transmitir imagens ao vivo e fotografias de alta definição. Os EUA anunciaram que o novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia inclui estes nano drones.

Foto
Um fuzileiro dos EUA segura um Black Hornet com dois dedos REUTERS/Mike Blake
Ouça este artigo
00:00
03:28

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já


O Departamento da Defesa norte-americano anunciou 400 milhões de dólares (cerca de 362 milhões de euros) de ajuda de segurança adicional à Ucrânia. Neste "pacote", conhecido esta terça-feira, estão incluídos mísseis defensivos, veículos blindados e pequenos drones.

O novo pacote de auxílio, avançado em primeira mão pela Reuters, vai incluir pela primeira vez os drones de reconhecimento Black Hornet, fabricados pela Teledyne FLIR Defense, parte da Teledyne Technologies.

O que são os Black Hornet?

Desenvolvimento para empresa norueguesa Prox Dynamics AS, o Black Hornet PRS é um nano drone de 16 por 2,5 centímetros com 33 gramas de peso, quase silencioso e com autonomia de 25 minutos de voo que transmite vídeo ao vivo e fotografias de alta definição para o seu operador. Segundo a empresa norte-americana Teledyne FLIR, que assinou um contrato de cinco anos com o Governo dos Estados Unidos para fornecer o exército americano, trata-se de um projecto inovador no âmbito do cruzamento das tecnologias electro-ópticas e de infravermelhos capaz de superar a diferença de capacidade dos sensores aéreos e terrestres.

Como é operado?

O nano drone Black Hornet é lançado a partir de uma pequena caixa que pode ser presa a um cinto de ferramentas. É essa caixa que grava as imagens transmitidas pelo drone que não tem essa capacidade, até para evitar que, no caso de ser abatido ao capturado, se possa saber o que andou realmente a observar.

Quais são os países que o utilizam?

Além de EUA e Noruega, África do Sul, Alemanha, Argélia, Austrália, França, Índia, Irlanda, Marrocos, Países Baixos, Polónia, Nova Zelândia, Reino Unido, Turquia e Ucrânia.

Quando começaram a ser usados em zonas de guerra?

O Reino Unido utilizou-o no Afeganistão para filmar a actividade dos taliban, em 2013 tinham 324 ao seu serviço. Os EUA adquiriram os primeiros PD-100 Black Hornet em 2014 que depois de alguns testes são melhorados com vista às exigências das forças especiais em 2015. No entanto, com um preço unitário de 195 mil dólares (176,5 mil euros) são considerados demasiado caros para uso militar em larga escala. No entanto, a FLIR Unmanned Aerial Systems assinou em Abril um contrato de 93 milhões de dólares (84,2 milhões de euros) para fornecer estes drones ao exército dos EUA.

Qual é a sua mais-valia?

De acordo com o vice-presidente executivo para a área de defesa da Teledyne FLIR Defense, JihFen Lei, citado pelo site norte-americano de assuntos militares The Defense Post, “o Black Hornet 3 permite aos combatentes ter um conhecimento actualizado da situação no terreno antes e durante as suas missões”.

Estes são os primeiros Black Hornet que a Ucrânia vai ter?

Não, as Forças Armadas ucranianas já têm estes nano drones, a maior parte deles recebidos do Reino Unido e da Noruega. Há duas semanas, o Ministério da Defesa norueguês, ao anunciar o aumento da sua ajuda militar à Ucrânia em 2,5 mil milhões de coroas (cerca de 225 milhões de euros), subindo dos 7,5 mil milhões de coroas (quase 674 milhões de euros) inicialmente previstos. E o ministro da Defesa, Bjorn Arild Gram, especificou um dia depois, que a ajuda adicional consistia em 1000 Black Hornet.

Sugerir correcção
Ler 11 comentários