Depois das grandes e fortes, Portugal defronta as pequenas e frágeis

A selecção do Vietname, próxima adversária de Portugal no Mundial feminino de futebol, tem um perfil bem diferente dos Países Baixos. E a qualidade das jogadoras também está longe de ser semelhante.

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Jéssica Silva celebra por Portugal LUSA/JOSÉ COELHO
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A selecção feminina de futebol defronta nesta quinta-feira (RTP, às 8h30 de Portugal continental) um grupo de pequenas jogadoras – e não será injusto falar-se de tamanho, mas também de talento.

A selecção do Vietname é modesta no plano global e, apesar de a portuguesa não ter tarimba histórica muito mais alta, está num patamar diferente a nível de qualidade individual e rodagem num futebol mais exigente.

A equipa do sudeste asiático é uma selecção de jogadoras baixas (a segunda mais baixa, superando apenas a Zâmbia) e globalmente frágeis nos duelos e Portugal terá, por extensão, um desafio bem diferente do que teve na derrota frente à equipa dos Países Baixos, com jogadoras de poder físico e aéreo bastante acima das atletas nacionais.

Numa análise geral, a selecção do Vietname, que fará valer-se da velocidade e agilidade das suas jogadoras, tem apenas uma atleta a actuar fora do campeonato local, o que atesta o baixo nível de exigência a que está habituada – frente aos Estados Unidos, o 0-3 deveria ter tido, em condições normais de eficácia, uma expressão bem maior.

Sem um único remate feito em todo o jogo frente às americanas, a selecção do Vietname deverá apostar novamente num bloco baixo, mesmo sendo Portugal bem inferior aos Estados Unidos, e ter fé em Huynh Nhu, avançada e capitã – a única a jogar fora do Vietname.

Onde joga? Por sorte ou azar, fez parte do plantel do Länk Vilaverdense em 2022/23. Na Liga portuguesa, mostrou ser, segundo diz ao PÚBLICO uma árbitra do mais alto escalão feminino nacional, uma jogadora “super rápida e que, apesar de pequena, é dura e aguenta bem os confrontos físicos” – será, portanto, um oásis na globalmente frágil equipa do sudeste asiático.

"Não fala com a árbitra"

A nível pessoal é uma jogadora com traços comuns em atletas daquela cultura. “É a típica asiática: disciplinada e que não fala com a árbitra, por se tratar de uma figura de autoridade. É muito leal com as adversárias e com as colegas também recebe muito bem as dicas e indicações que lhe dão”, explica a juíza portuguesa.

É por este perfil respeitador e disciplinado que é liderada a selecção do Vietname – e Huynh Nhu chega ao Mundial depois de sete golos em 22 jogos na Liga portuguesa. De resto é difícil apontar defeitos e virtudes, dado ser uma equipa praticamente desconhecida, sem atletas em campeonatos europeus e sem presenças anteriores em Mundiais.

Do lado português, a qualificação para a fase seguinte depende de um triunfo frente ao Vietname – e mesmo esse resultado poderá ser insuficiente, já que a última partida no grupo é frente aos Estados Unidos, actuais campeãs do mundo.

Para conseguir esse resultado, Portugal poderá valer-se da já referida parca tarimba da equipa do Vietname, mas isso nunca chegará. Kika Nazareth, que só jogou 23 minutos frente às neerlandesas, vinda de lesão, deverá ser chamada ao “onze” numa partida em que o “perfume” técnico, o poder de transporte e a tomada de decisão no terço ofensivo serão decisivos no labor de marcar pelo menos um golo a uma equipa presumivelmente defensiva.

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