Os incêndios que estão a devastar a Grécia continuam activos e levaram à retirada de milhares de pessoas das suas casas e destinos de férias – tendo também causado pelo menos três mortes. Uma imagem divulgada nesta quarta-feira pelo Copérnico, o programa de monitorização do clima europeu, mostra a devastação na ilha grega de Corfu. A imagem foi obtida na terça-feira por um dos satélites Sentinela-2.
O incêndio na ilha de Corfu deflagrou a 23 de Julho e levou a que cerca de 2500 turistas e moradores fossem retirados de algumas povoações por uma questão de segurança, refere o programa Copérnico. A imagem mostra as chamas e o fumo resultantes do incêndio que continua por dominar.
Na ilha de Corfu, o fogo lavra há dias e houve reacendimentos durante esta noite (sem deixar em risco habitações ou pessoas). “De repente, houve um fogo que surgiu do nada… não dormirmos há três ou quatro dias para ficarmos atentos a este tipo de incidentes”, afirmou à Reuters o governador local Nikos Mouzakitis, do norte de Corfu.
O programa europeu (mais concretamente o Módulo de Mapeamento Rápido Copernicus EMS (EMSR677)) foi activado para auxiliar no combate aos incêndios (para ajudar na prevenção e monitorização) que já destruíram mais de 48 mil hectares em 2023 na Grécia.
Um avião que combatia os incêndios florestais na Grécia despenhou-se nesta terça-feira e causou a morte às duas pessoas que seguiam dentro da aeronave, numa semana em que vastas zonas do Mediterrâneo estão sob uma intensa vaga de calor. Foi ainda encontrado o corpo de uma pessoa de 41 anos que estava desaparecida desde domingo.
As temperaturas elevadas estão a afectar não somente a Grécia mas também outros países europeus como a Itália, afectando ainda a China e os Estados Unidos. A actual onda de calor a assolar a Grécia é, "provavelmente", a mais longa já registada na história do país, disse neste sábado o director de pesquisa do Observatório Meteorológico Nacional.
As temperaturas elevadas no Verão e os incêndios são comuns na Grécia, mas as condições cada vez mais secas e mais quentes provocadas pelas alterações climáticas estão a agravar este cenário e a fazer com que se torne ainda mais recorrente e duradouro.
Sem as alterações climáticas induzidas pelos humanos, os acontecimentos deste mês teriam sido “extremamente raros”, de acordo com um estudo do World Weather Attribution, um colectivo de cientistas de vários países que examina o papel desempenhado pelas alterações climáticas nos fenómenos meteorológicos extremos. com Reuters