Sobre o Céu, de Richard Powers. A literatura não é feita para ser útil

A utilidade só é para aqui chamada porque existe no modo como os homens olham as árvores. Richard Powers parte de uma premissa arriscada para um épico na fronteira do realismo com a mitologia.

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O romance de Richard Powers poderia ter corrido mal. Mas não Dean D. Dixon
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O grande romance de Richard Powers (Illinois, 1957) chega a Portugal cinco anos depois da edição original e quatro após ter vencido o Pulitzer de ficção. Pode estranhar-se a demora tratando-se de um autor consagrado, mas saúda-se esta edição, mais ainda quando se lê a tradução cuidada de Nuno Quintas de um romance exigente, que vive muito dos detalhes de linguagem. Não é um livro fácil ainda que essa dificuldade não sobressaia na leitura de uma ficção algures entre o realismo, a ficção científica, o naturalismo e o poder da mitologia na sociedade contemporânea. Tudo se passa nesta fronteira desafiante, num país chamado Estados Unidos da América em vários momentos da sua história, tendo como epígrafe frases de Ralph Waldo Emerson, James Lovelock e Bill Neidjie. Talvez sirva como ponto de orientação, à entrada de The Overstory, ou, na edição portuguesa, Sobre o Céu.

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