Equador declara estado de emergência devido a confrontos violentos em prisões

Os motins de domingo causaram a morte de, pelo menos, seis reclusos e feriram outros 11. Governador da cidade costeira de Manta foi morto a tiro.

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Reuters/ADRIANO MACHADO

O Presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou esta segunda-feira o estado de emergência e o recolher obrigatório nocturno em três províncias costeiras por causa de uma onda de violência em várias prisões (mas não só) que se arrasta desde o fim-de-semana e que já causou, pelo menos, oito mortos.

Lasso declarou o estado de emergência nas províncias de Manabi e Los Rios e na cidade de Duran, perto de Guayaquil, depois de Agustin Intriago, governador da cidade costeira de Manta, ter sido morto a tiro no domingo, um caso que está em investigação. Também há relatos de confrontos entre vários gangues.

Lasso recorre frequentemente à declaração do estado de emergência quando o Equador enfrenta motins nas prisões e ondas de violência em todo o país. "Não podemos negar que o crime organizado permeou o Estado, as organizações políticas e a própria sociedade. É um problema que está a fermentar há mais de uma década", disse Lasso depois de uma reunião do gabinete de segurança.

O estado de emergência nestas três localidades vai durante 60 dias, mas o recolher nocturno pode variar.

Os motins de domingo causaram a morte de, pelo menos, seis reclusos e feriram outros 11, segundo a autoridade prisional do país. Os reclusos também fizeram refém cerca de 96 guardas nas prisões de Cotopaxi, Azuay, Cañar, El Oro e Napo, e continuam uma greve de fome iniciada no domingo em 13 prisões equatorianas, sem revelar os motivos para estas acções.

O sistema prisional do país sul-americano enfrenta problemas estruturais há décadas, mas a violência carcerária disparou em 2021, ano em que morreram pelo menos 400 pessoas em confrontos, que têm despertado a preocupação das Nações Unidas e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.