Ayuso diz que resultado eleitoral “não pode ser uma arma para os que querem destruir Espanha”

O nome da presidente da Comunidade de Madrid foi um dos mais ouvidos na sede do Partido Popular, no domingo à noite. Isabel Díaz Ayuso só se pronunciou já de madrugada.

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Os festejos do PP em Madrid, no domingo à noite EPA/Javier Lizon
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A presidente da Comunidade de Madrid e uma das vozes mais respeitadas da direita espanhola, Isabel Díaz Ayuso, disse esta segunda-feira que “o resultado destas eleições, que o PP ganhou, não pode converter-se numa arma nas mãos daqueles que querem destruir Espanha”.

O PP ganhou as eleições de domingo em número de votos e deputados, mas não consegue garantir uma maioria absoluta com o apoio do Vox. O PSOE, que teve um desempenho melhor do que o previsto pelas sondagens, tem, teoricamente, mais vias para poder continuar no Governo, se chegar a acordo com os partidos independentistas da Catalunha e do País Basco.

Somado o número de deputados de ambos os blocos, a esquerda (PSOE e Sumar) obteve 153 lugares e a direita (PP e Vox) conseguiu 169. O posicionamento dos 14 eleitos de ERC e Junts (Catalunha), mais os 11 do EH Bildu e do PNV (País Basco), será decisivo para o futuro político de Espanha. Para se manter na presidência do Governo, Pedro Sánchez tentará negociar com estas formações a abstenção ou um voto favorável de investidura.

No domingo à noite, quando Alberto Núñez Feijóo compareceu para festejar uma vitória com sabor amargo, foi o nome de Ayuso que a multidão se pôs a entoar. A presidente autonómica, praticamente desconhecida até há quatro anos, é hoje vista como referência da direita e muitos gostariam de vê-la na liderança do Partido Popular.

Díaz Ayuso só reagiu aos resultados eleitorais ao princípio da madrugada, muito depois de Feijóo ter finalizado o seu discurso. No Twitter, agradeceu “aos mais de oito milhões de espanhóis” que votaram no PP e alertou contra “os que querem destruir Espanha”.

Várias vozes do partido têm insistido nas últimas horas que Sánchez deve facilitar uma investidura de Feijóo para evitar uma situação de bloqueio e de repetição de eleições. Foi o caso do presidente da Câmara de Madrid, Martínez-Almeida, para quem “ou governa o partido mais votado ou a alternativa será o bloqueio”.

“O Governo de Sánchez depende de um foragido à Justiça”, disse a secretária-geral do PP, Cuca Gamarra, na Telecinco, referindo-se a Carles Puigdemont, o antigo presidente autonómico da Catalunha e figura tutelar do Junts. “Fazer depender o futuro Governo de Espanha, sem ganhar as eleições, com um Puigdemont foragido da justiça e uma coligação de menor apoio” deixaria Sánchez numa situação de “maior debilidade do que nunca” e levaria ao “bloqueio institucional absoluto”, afirmou.

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