Pelo menos quatro pessoas, entre elas duas crianças, desapareceram na província canadiana de Nova Escócia, no leste do país, devido a inundações provocadas pelas chuvas mais fortes de que há memória em 50 anos, de acordo com as autoridades locais.

O ministro responsável pelo Departamento de Gestão de Emergências garantiu que se trata de “um acontecimento muito grave”. Segundo John Lohr, “a inundação foi rápida e furiosa e estamos a tomar fortes medidas para garantir a protecção dos habitantes de Nova Escócia”.

As áreas mais afectadas são a cidade de Halifax, os condados de Lunenbrug e Queens, bem como as localidades de East Hants e de West Hants.

De acordo com Guillaume Tremblay, da Polícia Montada, as autoridades têm actualmente duas acções de busca em curso para encontrar quatro pessoas dadas como desaparecidas, depois de os veículos onde se faziam transportar terem sido submersos pelas águas em West Hants.

“A situação é alarmante”, disse o premier de Nova Escócia, Tim Houston, em conferência de imprensa, referindo que “os danos materiais nas casas são inimagináveis”, acrescentando que pelo menos sete pontes vão ter de ser substituídas ou reconstruídas.

Falando numa situação “aterradora”, Houston assegurou que as autoridades estão a “avaliar os danos e começar as reparações assim que for seguro fazê-lo”. Acrescentando ainda que o primeiro-ministro, Justin Trudeau, já ofereceu “ajuda adicional” à província.

"Estamos aqui para ajudar. Vamos disponibilizar recursos para auxiliar nas evacuações e estamos prontos para providenciar qualquer recurso federal adicional que seja necessário", escreveu Trudeau no seu perfil no Twitter.

Em algumas áreas da Nova Escócia caiu o equivalente a três meses de chuva em apenas 24 horas, o que levou Mike Savage, presidente da câmara de Halifax, capital da província, a falar em “chuva de proporções bíblicas”. E a deixar o aviso: “As pessoas não devem assumir que já passou. Esta é uma situação muito dinâmica”.

O estado de emergência foi declarado para Nova Escócia até 5 de Agosto, de modo a “garantir a protecção de toda a província à medida que a tempestade avança”.

“Como continuamos a enfrentar risco de chuvas e inundações”, explicou John Lohr na conferência de imprensa, “precisamos que as pessoas se mantenham afastadas das estradas de modo a que as equipas de emergência e das infra-estruturas básicas possam trabalhar na restauração das nossas estradas e da energia e manter as pessoas seguras”.

O estado de emergência permitirá restringir a circulação nas áreas mais afectadas, mobilizar "activos humanos e materiais essenciais" para dar resposta na restauração coordenada das infra-estruturas básicas afectadas.

Depois da pior temporada de incêndios na sua história, o Canadá vê-se a braços com o desastre provocado pelas chuvas fortes e concentradas, mais um sinal do caos climático na América do Norte, Europa e Ásia.