Paris

Acontece que não desistiremos, nem em relação à vida nem em relação ao regime, na verdade, até temos um plano para ele: cairá em Junho.

Ouça este artigo
00:00
02:26

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O professor Espinosa entrou na Brasserie Vivat. Sentou-se ao balcão e pediu um copo de cerveja. Chamo-me Tsilia, apresentou-se a mulher que estava ao seu lado, chamo-me Espinosa, disse ele. Conversaram. Ela disse-lhe que pintava, mas o quê, perguntou o professor, tudo, respondeu Tsilia, todas as camadas da vida, sou uma artista metacubista, represento o que é sensível, aquilo que percebemos da realidade, mas também aquilo que os olhos não vêem, pinto camadas de sentidos sobre camadas de sentidos sobre camadas de sentidos, não sejamos comedidos no que respeita à profundidade, ninguém quer uma obra onde se mergulha e se bate com a cabeça no fundo, ou seja, não me restrinjo a um ângulo da visão, mas uma plenitude de ângulos, que inclui naturalmente aqueles que podemos ver ao circundar um objecto ou uma ideia, mas a isso acrescento ainda o tempo, perspectivas temporais, pois só assim se pode criar uma narrativa e os vários sentidos possíveis, permitindo mergulhar em profundidade, em vez de partir o nariz em obras que nos dão pelos joelhos.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.