Netflix cresceu em assinantes e receitas no segundo trimestre

Fim de partilha de contas terá impulsionado novas subscrições do serviço de streaming.

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Reuters/MIKE BLAKE
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A Netflix terá somado cerca de seis milhões de novos assinantes entre Abril e Junho, de acordo com os resultados anunciados na madrugada desta quinta-feira (hora portuguesa), relativos ao segundo trimestre. A plataforma de streaming contabiliza agora 238 milhões de assinantes em todo o mundo.

Também as receitas do serviço cresceram 3% no mesmo período, para 8,2 mil milhões de dólares (7,3 mil milhões de euros), em comparação homóloga, e a empresa registou um lucro de 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) no segundo trimestre. Ainda assim, as acções da Netflix na bolsa desceram 8%.

Os resultados foram anunciados num contexto marcado pelas greves dos argumentistas e dos actores e actrizes de Hollywood, que pela primeira vez desde 1960 voltam a coincidir, e que têm visado plataformas de streaming como a Netflix pela quebra das suas remunerações, nomeadamente dos parcos pagamentos de direitos conexos devidos pela redifusão, nestes novos serviços, dos filmes e séries nos quais trabalharam.

Outra da críticas dos grevistas incide na falta de transparência das plataformas de streaming quanto à medição das audiências reais dos conteúdos. Isto apesar de, em Junho, se ter mudado o sistema de aferição, passando a contar as horas vistas, divididas pelo tempo total de duração dos conteúdos, e de a janela que conta para efeitos de cálculos remuneratórios ter aumentado de 28 para 91 dias. Salvo raras excepções, a grande generalidade das produções de ficção para cinema e televisão americana está paralisada pelo protesto, o que inclui muitos projectos da Netflix.

Ted Sarandos, o co-CEO da plataforma, disse, ao apresentar estes resultados, nos Estados Unidos, que as greves simultâneas "não eram o resultado" que a Netflix esperava e que a empresa já queria ter "chegado a acordo" com os profissionais do sector por esta altura. Por causa da greve, alega, a Netflix gastará menos dinheiro em conteúdos este ano.

Os números positivos agora apresentados são atribuídos a duas mudanças recentes no serviço: a polémica proibição da partilha gratuita de contas de utilizadores e a introdução de publicidade nas assinaturas mais baratas. Ainda assim, a Netflix anunciou também esta madrugada que irá acabar com o plano médio de subscrição. Esta era a alternativa mais barata sem anúncios no Reino Unido e nos Estados Unidos, no valor de 9,99 dólares (cerca de 8,98 euros).

Quanto à partilha de passwords, o serviço introduziu também uma possibilidade paga de partilha, que terá, segundo Spencer Neumann, o director financeiro da empresa, ajudado em muito os números a subir.

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