Brandon Cronenberg, Gabriel Abrantes e os 50 anos d’O Exorcista no MOTELX

As primeiras novidades da programação da 17.ª edição do festival de cinema de terror de Lisboa foram anunciadas esta quarta-feira à noite.

<i>Semente do Mal</i>, de Gabriel Abrantes, abre o festival
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Semente do Mal, de Gabriel Abrantes, abre o festival DR
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Mia Goth em Infinity Pool, de Brandon Cronenberg, que será apresentado pelo próprio realizador em director's cut NEON
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Será o terror hereditário? É uma das perguntas a que a 17.ª edição do MOTELX, o festival lisboeta de cinema de terror, poderá responder. É que Brandon Cronenberg, o realizador canadiano que é filho de David e partilha com o pai o gosto por body horror, é o convidado de honra. Vem apresentar o seu filme mais recente na versão director's cut, Infinity Pool, com Alexander Skarsgård e Mia Goth, uma das grandes estrelas do terror contemporâneo, sobre um casal em crise que descobre uma estranha tradição em férias num país fictício. Mas aproveitará também para mostrar os seus filmes anteriores, Antiviral e Possessor, e dar uma masterclass.

As primeiras confirmações da programação do festival que decorre de 12 a 18 de Setembro no Cinema São Jorge foram anunciadas esta quarta-feira à noite. Os filmes de abertura e encerramento ainda estão por anunciar. Esta edição do MOTELX traz com ela a estreia europeia de A Semente do Mal, o novo filme de Gabriel Abrantes, o realizador português com uma longa carreira nas curtas e médias-metragens e que em 2018 se estreou nas longas, ao lado de Daniel Schmidt, com Diamantino. É a história de um homem que parte em busca da sua família biológica e os encontra, à sua mãe e ao seu irmão gémeo, em Portugal. A ligação que tem com os dois tem contornos macabros. É um thriller psicológico que foi rodado em Sintra em 2020 e tem, no elenco, Carloto Cotta, Alba Baptista, Anabela Moreira, Rita Blanco e Brigette Lundy-Paine.

Há ainda Propriedade, do brasileiro Daniel Bandeira e Vincent Must Die, do francês Stéphan Castang, bem como Tiger Stripes, filme de body horror da malaia Amanda Nell Eu que ganhou o Grande Prémio da Semana da Crítica na edição deste ano de Cannes. Entre os outros filmes anunciados encontram-se Perpetrator, da também artista americana Jennifer Reeder, My Animal, da franco-canadiana Jacqueline Castel, Run Rabbit Run, filme Netflix da australiana Daina Reid, e Mister Organ, documentário do neozelandês David Farrier, cujo Tickled tinha sido mostrado na edição de 2016.

O Exorcista restaurado

Viagens ao passado serão feitas com O Exorcista, de William Friedkin, que comemora agora 50 anos de existência e tem um novo restauro digital, bem como o filme português do ano 2000 Tarde Demais, de José Nascimento, Serpiente de Mar, de Amando de Ossorio, de 1985, que é espanhol mas foi rodado em Portugal, e, no seu centenário, Os Olhos da Alma, de Roger Lion. Estes três últimos fazem parte da secção Quarto Perdido e nascem de uma parceria do festival com o projecto FILMar, da Cinemateca Portuguesa, que tem restaurado filmes relacionados com o mar e está na sua recta final. Haverá ainda uma sessão de um filme surpresa. Na secção SectionX, que lida com terror experimental, haverá pela primeira vez uma longa-metragem, Home Invasion, filme britânico de Graeme Arnfield que é um ensaio sobre a História da campainha. Para os mais novos, na secção Lobo Mau, há Perlimps, animação brasileira de Alê Abreu.

Além dos filmes mostrados, há um prémio, microCURTAS para pequenas curtas filmadas com computador, tablet ou telemóvel, bem como uma associação com o GUIÕES - Festival do Roteiro e da Língua Portuguesa. Saber-se-á o resultado do prémio MOTELX Guiões, cujas candidaturas acabaram em Junho, e haverá ainda eventos dedicados ao argumento. Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro de vários filmes de nomes como Noah Baumbach, Gaspar Noé, James Gray ou Luca Guadagnino, virá apresentar o guião de The VVitch, de Robert Eggers, por ele produzido.

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