Coreia do Norte dispara míssil balístico em direcção ao mar do Japão

Na semana passada, a Coreia do Norte revelou que testou com sucesso um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido, sob a supervisão do seu líder, Kim Jong-un.

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Um míssil balístico intercontinental Hwasong-18 ICBM, numa imagem de arquivo Reuters/KCNA

A Coreia do Norte lançou um míssil balístico em direcção ao mar do Japão, indicou esta terça-feira a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando fontes militares sul-coreanas.

Este lançamento, que ocorre quando Coreia do Sul e Estados Unidos intensificam a cooperação de defesa perante as crescentes tensões entre as duas Coreias, também foi relatado pela Guarda Costeira japonesa, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

Os militares sul-coreanos acrescentaram que estão ainda a analisar o tipo de míssil disparado, refere a Yonhap.

Na semana passada, a Coreia do Norte revelou que testou com sucesso um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido, sob a supervisão do seu líder, Kim Jong-un.

O teste foi condenado pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

A ONU destacou que o míssil testado na semana passada aterrou nas águas da zona económica exclusiva da Rússia e que aqueles 75 minutos supõem potencialmente o voo mais longo desse tipo de míssil entre todos os já testados pelo Exército norte-coreano.

As relações entre as duas Coreias estão actualmente num dos seus pontos mais baixos de todos os tempos e Kim Jong-un pediu a aceleração do desenvolvimento de armamento, incluindo armas nucleares tácticas.

Em resposta, Seul e Washington intensificaram a sua cooperação em defesa, realizando grandes exercícios militares conjuntos.

A Coreia do Norte compareceu na sexta-feira no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para defender o teste com mísseis balísticos, apesar da condenação por parte da maioria dos Estados-membros.

O embaixador norte-coreano junto da ONU, Kim Song, argumentou que o país apenas exerceu o direito de autodefesa "para deter movimentos militares perigosos de forças hostis e salvaguardar a segurança" do Estado.

Após a reunião de urgência, dez Estados-membros da ONU defenderam que o Conselho de Segurança "não pode continuar calado diante das provocações" da Coreia do Norte e deve "enviar um sinal colectivo" de desaprovação pelo lançamento de mísseis balísticos.

"Apelamos a todos os Estados-membros para que enfrentem a geração ilícita de receitas da Coreia do Norte e as actividades cibernéticas maliciosas que financiam as acções ilegais e desestabilizadoras do Governo norte-coreano", destacava o comunicado conjunto.

De acordo com o embaixador norte-americano, a Rússia e a China - dois dos cinco membros permanentes, com poder de veto - têm impedido o Conselho de Segurança de actuar contra Pyongyang.

O lançamento do míssil ocorre no mesmo dia em que Washington confirmou que um militar norte-americano foi alegadamente capturado por soldados norte-coreanos depois de cruzar a fronteira fortificada e fortemente protegida que separa as duas Coreias.