Lisboa bateu recorde de receitas turísticas em Maio
Alojamentos turísticos da região de Lisboa tiveram proveitos totais de 199,5 milhões de euros em Maio, valor nunca antes alcançado.
O mês de Maio deu novos sinais de que 2023 será um ano de novos recordes para o turismo, tendo a região de Lisboa batido um novo máximo, com os proveitos totais dos alojamentos turísticos a chegar aos 199,5 milhões de euros.
Este valor representa mais 38% face a Maio de 2019 (pré-pandemia) e mais 34% face ao ano passado. Até aqui, o recorde estava nos 186,6 milhões de Setembro do ano passado (por regra, Setembro tem sido o melhor mês para o turismo na zona de Lisboa).
Os proveitos totais do sector (com todas as regiões a registar subidas) foram de 571,7 milhões em Maio, superando tanto os montantes de 2022 como os de 2019, cabendo a Lisboa a maior fatia, equivalente a 35%.
De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “no conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (Revpar, do inglês revenue per available room) atingiu 69,8 euros em Maio de 2023, tendo aumentado 23,7% face a igual mês do ano anterior (mais 22,9% em Abril) e 33,3%” face a Maio de 2019.
“Os valores de Revpar mais elevados foram registados na AM Lisboa (118,8 euros), correspondendo, neste caso, a um máximo histórico em toda a série disponível, e na RA Madeira (78,5 euros)”, sublinha o INE, acrescentando que “os maiores crescimentos ocorreram na AM Lisboa e na RA Açores (+32,3% e +28,5%, respectivamente)”.
Lisboa registou também o valor mais elevado no indicador de rendimento médio por quarto ocupado (ADR), com 150,5 euros, o “que corresponde a um máximo histórico nesta região, em toda a série disponível”, segundo o INE (que não contabiliza os alojamentos locais com menos de dez camas). “Segue-se o Norte (107,6 euros) e o Alentejo (103,1 euros)”. As subidas mais expressivas verificaram-se na AM Lisboa e na RA Açores (+24,8%, e +24,7%).
Proveitos chegam aos 1857 milhões entre Janeiro e Maio
Contas feitas, todas as regiões subiram face a 2022 e face a 2019, com os proveitos totais a atingirem os 571,7 milhões de euros em Maio (mais 25,2% e mais 40%, respectivamente), e 1857 milhões nos primeiros cinco meses do ano (mais 38,7% e mais 39,7%).
Em Maio, de acordo com o INE, houve 2,8 milhões de hóspedes (mais 12,1% face a 2022), dos quais 1,87 milhões eram não-residentes, e 7,1 milhões de dormidas (mais 10%), correspondendo 5,3 milhões a turistas de fora de Portugal.
Os dados mostram que o maior número de turistas estrangeiros em Maio teve origem no Reino Unido (263,6 mil), seguindo-se os EUA (224,2 mil) e França (194,3 mil). Em dormidas, no entanto, o ranking altera-se, com os britânicos a manterem a liderança (com 1071 mil), seguindo-se depois os alemães (615,3 mil) e os franceses (534,9 mil), cabendo aos norte-americanos a quarta posição (com 492,7 mil).
O mercado norte-americano tem registado um forte crescimento, sendo responsável, conforme já noticiou o PÚBLICO, por 42% do aumento de turistas estrangeiros entre Janeiro e Maio.
Esta semana, o departamento de estudos do BPI publicou uma análise ao sector do turismo na qual antevê que este ano “deverá marcar novos níveis recorde em número de hóspedes, dormidas e proveitos”.
Isto devido a factores como “a procura reprimida e algumas poupanças excedentárias ainda relativas ao período pandémico, a boa dinâmica de crescimento do mercado emissor dos EUA e eventos únicos” como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza na primeira semana de Agosto em Lisboa.