Eça de Queiroz vai para o Panteão Nacional no dia 27 de Setembro

O programa das cerimónias deverá ser anunciado ainda este mês pelo grupo de trabalho que a Assembleia da República criou para organizar a trasladação.

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No Panteão Nacional, Eça juntar-se-á a autores como Almeida Garrett, João de Deus, Guerra Junqueiro, Aquilino Ribeiro e Sophia de Mello Breyner DANIEL ROCHA
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Os restos mortais do romancista Eça de Queiroz (1845-1900) vão ser trasladados para o Panteão Nacional, na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, no próximo dia 27 de Setembro, soube o PÚBLICO junto do grupo de trabalho criado pela Assembleia da República (AR) para definir a data da cerimónia e preparar o programa da trasladação, que deverá ser anunciado ainda este mês.

A concessão de honras de Panteão Nacional ao autor de Os Maias foi aprovada por unanimidade na AR em Janeiro do ano passado, “em reconhecimento e homenagem pela obra literária ímpar e determinante” que este deixou à literatura portuguesa.

A ideia partiu da Fundação Eça de Queiroz, sediada na Casa de Tormes, em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião, e foi acolhida por um conjunto de deputados socialistas, que apresentou um projecto de resolução ainda no final de 2020, quando se assinalaram os 120 anos da morte daquele que é unanimemente considerado um dos maiores escritores portugueses de sempre.

O grupo de trabalho, coordenado pelo socialista Pedro Delgado Alves, inclui deputados de todos os partidos, e ainda o actual presidente da Fundação Eça de Queiroz, o escritor Afonso Reis Cabral, bisneto do homenageado.

Eça morreu a 16 de Agosto de 1900, na sua casa de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris, onde ocupou o seu último posto consular, e foi sepultado no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa. Mas em 1989, os seus restos mortais foram trasladados para um jazigo de família no cemitério de Santa Cruz do Douro, perto da Casa de Tormes, de onde agora partirão de novo rumo à capital.

Autor de obras que fundaram o romance moderno português, como O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, A Relíquia ou Os Maias, considerado a sua obra-prima, Eça de Queiroz vai juntar-se, no Panteão Nacional, a autores como Almeida Garrett, João de Deus, Guerra Junqueiro, Aquilino Ribeiro e Sophia de Mello Breyner, aos quais se poderia ainda somar os dois primeiros presidentes da I República, Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, ambos também escritores.

A escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, em 2014, e o futebolista Eusébio da Silva Ferreira, em 2015, foram as duas últimas personalidades cujos restos mortais foram trasladados para o Panteão da Igreja de Santa Engrácia.

Mais recentemente, o Panteão descerrou uma lápide que homenageia Aristides de Sousa Mendes, mas os restos mortais do diplomata – o cônsul português em Bordéus que ignorou as ordens de Salazar e concedeu milhares de vistos a refugiados do nazismo – não foram sepultados no Panteão nacional, tendo permanecido no cemitério de Cabanas de Viriato, em Carregal do Sal.

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