Rendas de habitação aceleram e sobem 4,6% em Junho

A taxa de variação do valor médio das rendas por metro quadrado em Junho deste ano é a mais acentuada desde 2014, mostram os dados divulgados pelo INE.

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Valor médio das rendas de habitação voltou a aumentar em Junho Nuno Ferreira Santos
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O valor médio das rendas de habitação voltou a aumentar em Junho e cresceu 4,6% em relação a igual período do ano passado, contribuindo para o aumento geral dos preços neste mês – que, ainda assim, estão a desacelerar.

Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, em Junho deste ano, o índice de preços no consumidor (IPC) registou um aumento de 3,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, uma taxa de variação que fica 0,6 pontos percentuais abaixo daquela que tinha sido observada em Maio.

Mantém-se, assim, a tendência de abrandamento da inflação já iniciada em Novembro do ano passado, que agora é explicada pela evolução dos preços dos produtos energéticos e dos alimentos.

Esta desaceleração não está, contudo, a verificar-se em todos os segmentos que compõem o IPC e, no que diz respeito às rendas de habitação, a tendência continua a ser não só de aumento mês após mês, como de aceleração.

"A variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi de 4,6% em Junho de 2023 (4,5% no mês anterior). Todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo a Região Autónoma da Madeira registado o aumento mais intenso (5,1%)", refere a nota do INE publicada esta manhã, que acrescenta ainda que, em termos mensais, a variação do valor médio das rendas de habitação por metro quadrado foi de 0,4%, um valor idêntico ao que já tinha sido registado em Maio.

Olhando para o histórico do INE, o aumento consistente das rendas é notório. Desde Novembro de 2021 que a taxa de variação homóloga das rendas está a acelerar, ao mesmo tempo que é preciso recuar até 2014 para encontrar um aumento tão acentuado como aquele que foi registado no mês de Junho.

Preços de habitação caem

Os preços das rendas pagas por inquilinos são agrupados na classe de consumo de "habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis". Este segmento registou, no seu conjunto, uma queda de preços durante o mês de Junho, mas a mesma é explicada exclusivamente pela evolução negativa dos preços energéticos.

O IPC relativo à classe "habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis" registou uma queda de 3,61% em Junho, mostram os dados do INE, que explica que esta foi uma das classes de consumo que mais contribuiu para o abrandamento da inflação nesse mês.

A explicar essa queda está a evolução dos preços da electricidade, que recuaram 21,5% em Junho, bem como dos combustíveis líquidos para aquecimento, que caíram 25,6% no mesmo mês.

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