Sérgio Mah passa a integrar equipa directiva do MAAT

Curador foi nomeado director-adjunto da instituição tutelada pela Fundação EDP. Vai reforçar a equipa de João Pinharanda.

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Sérgio Mah no Museu Coleccão Berardo (actual Museu CCB), onde foi curador da exposição Matéria Luminal em 2021 Rui Gaudêncio
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Sérgio Mah, curador e investigador em arte contemporânea, foi nomeado director adjunto do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, revelou ao PÚBLICO a Fundação EDP.

O curador, que é também professor universitário, já se encontra a trabalhar no Campus Cultural da Fundação EDP em Belém desde o início de Julho. O objectivo, segundo o director-geral da fundação, é reforçar a equipa que tem desde 2022 a direcção artística de João Pinharanda, cujo mandato termina em finais de 2025. “É uma escolha pessoal de João Pinharanda — numa decisão aprovada pelo conselho de administração —, que identificou a necessidade de ter um director adjunto que o apoiasse na programação do museu e noutras áreas operacionais”, explicou Miguel Coutinho. A comissão de serviço de Sérgio Mah será de três anos.

Recorde-se que o primeiro director do MAAT, Pedro Gadanho, trabalhava com uma equipa de duas curadoras, Ana Anacleto e Inês Grosso, que, entretanto, abandonaram a instituição e não foram substituídas.

João Pinharanda destacou o “currículo internacional” de Sérgio Mah, com quem já trabalhou várias vezes, nomeadamente no MAAT, “numa colaboração em que houve uma grande compatibilidade”.

"Estreita colaboração"

Sérgio Mah, nascido em 1970 na Beira (Moçambique), foi director artístico durante três anos do PHotoEspaña (2008-2010), em Madrid, depois de já ter estado à frente da Bienal LisboaPhoto entre 2003 e 2005. Foi o comissário da representação oficial de Portugal à 54.ª Bienal de Arte de Veneza (2011) e da representação oficial de Portugal à 16.ª Bienal de Arquitectura de Veneza (2018), na segunda vez em colaboração com o arquitecto Nuno Brandão Costa. Foi co-realizador, com Pedro Macedo, da série documental Entre Imagens para a RTP2.

Desde 2003, na sua prática de curador, colaborou com instituições internacionais como o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Madrid), a Fundación Mapfre (Madrid), a Fundación Telefónica (Madrid), o museu Jeu de Paume (Paris) onde organizou a retrospectiva dedicada ao fotógrafo alemão Albert Renger-Patzsch (1897-1966) , e o Deichtorhallen (Hamburgo), no âmbito do European Photo Exhibition Award (EPEA). Professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com um doutoramento em arte multimédia por esta última faculdade, Sérgio Mah tem investigado e escrito sobre arte contemporânea, com especial incidência nos domínios das práticas e teorias da imagem, lembra o currículo disponibilizado pela Fundação EDP.

Director e director adjunto “vão trabalhar em estreita colaboração”, explicou Sérgio Mah, sem pelouros específicos. “É um projecto muito aliciante para mim, porque o MAAT é uma instituição muito jovem que está a consolidar a sua identidade.”

Para trás, para já, fica a colaboração de Sérgio Mah com a colecção privada de arte de Julião Sarmento, projecto lançado ainda em vida do artista, numa associação com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), que prevê a instalação das suas cerca de 1200 obras no Pavilhão Azul, situado na Avenida da Índia, em Lisboa, após uma renovação do arquitecto João Luís Carrilho da Graça, numa intervenção que ainda está a decorrer.

Mah tinha sido convidado pelo próprio Sarmento para dirigir o centro de arte contemporânea, num protocolo assinado com a CML em 2017, mas, após as eleições autárquicas de 2021 e da vitória de Carlos Moedas, o curador não voltou a ter contacto oficial com a câmara, o que o levou a aceitar o convite agora feito por João Pinharanda.

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