Reitores aplaudem alargamento de parcerias a universidades de todo o mundo

O Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas também apoia a posição do Ministério da Ciência de pôr fim ao acordo actual apenas com universidades norte-americanas.

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António Sousa Pereira, elogia a decisão da ministra da Ciênia, que está em conformidade com o defendido pelo presidente do CRUP Paulo Pimenta

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) saudou esta quarta-feira a decisão da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de alargar os acordos de cooperação a universidades de todo o mundo.

“As declarações da ministra estão em linha com o que CRUP defende: não haver renovações automáticas (de acordos celebrados com instituições) e alargar os acordos de cooperação com outras universidades, nomeadamente na Europa”, afirmou à agência Lusa o presidente do CRUP, António Sousa Pereira.

O CRUP tinha pedido à tutela que fossem revistas as parcerias com três universidades norte-americanas, que receberam quase 310 milhões de euros, para que fossem mantidos apenas os acordos que se justificassem, não permitindo a sua renovação automática sem uma análise prévia.

Em resposta, a ministra Elvira Fortunato anunciou que essas parcerias – com a Universidade Carnegie Mellon, o Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) e a Universidade do Texas, todas nos Estados Unidos – irão terminar no final do ano.

Incluir também a Europa e a Ásia

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior revelou ainda que o Governo pretende reforçar as parcerias com universidades estrangeiras, tal como tinha sido defendido pelo CRUP. “Queremos reforçar as parcerias com as melhores universidades, não quer dizer que sejam só americanas”, disse Elvira Fortunato em conferência de imprensa, no final da última reunião do Conselho de Ministros, na passada quinta-feira.

No caso concreto de universidades norte-americanas, foi já celebrado, em Fevereiro de 2023, um protocolo com a Universidade de Stanford para a área da sustentabilidade e com a Universidade da Califórnia em Berkeley, em todas as áreas científicas.

“No leque das instituições devem estar também universidades europeias além de americanas. Hoje também não podemos deixar de fora as universidades asiáticas, muitas das quais na linha da frente na investigação que se faz no mundo”, lembrou o António Sousa Pereira, também reitor da Universidade do Porto.

Na semana passada, a ministra sublinhou ainda a colaboração existente com instituições de ensino superior europeias, além dos 14 consórcios em que Portugal está já envolvido. “Queremos reforçar esses consórcios e, para já, o que temos é um reforço em termos de bolsas para alunos de doutoramento, para que possam fazer o doutoramento com grau duplo entre as universidades europeias”, referiu após o Conselho de Ministros.

O Governo português pretende também aumentar o envolvimento das instituições portuguesas no que respeita ao desenvolvimento de projectos, incentivando docentes e investigadores “​a concorrerem a fundos europeus e serem mais competitivos”.