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Montpelier está submersa e há canoas, pranchas e caiaques nas ruas
Uma barragem a montante da capital do estado do Vermont estava a manter a sua capacidade máxima na terça-feira, depois de uma inundação "catastrófica". As pessoas navegavam pelas ruas submersas em canoas e as águas das enchentes chegavam às janelas de lojas e ao topo dos veículos.
A capital do Vermont está submersa com água das cheias e com uma barragem a montante de Montpelier que se encontrava já na sua capacidade máxima esta terça-feira, depois de uma inundação "catastrófica" ter encerrado as estradas e prendido pessoas nas suas casas. Com a água a invadir a cidade, os carros submersos e as ruas inundadas, alguns habitantes socorreram-se de canoas para se deslocarem.
A barragem de Wrightsville, que forma um reservatório a 6,4 km a norte de Montpelier, aproxima-se de um ponto crítico em que poderá ter de libertar água para o braço norte do rio Winooski, segundo as autoridades municipais. O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA avisa que esta medida pode agravar a inundação "catastrófica" no pitoresco distrito do centro de Montpelier, onde as pessoas navegavam pelas ruas submersas em canoas e as águas das enchentes chegavam às janelas dos estabelecimentos comerciais e ao topo dos veículos.
Segundo os cientistas climáticos, a frequência e a intensidade crescentes do mau tempo nos Estados Unidos são sintomáticas das alterações climáticas globais provocadas pelos humanos.
"Não se enganem, a devastação e as inundações que estamos a sofrer no Vermont são históricas e catastróficas", disse o governador do Vermont, Phil Scott, num briefing na terça-feira.
O administrador da cidade de Montpelier, William Fraser, numa publicação no Facebook, exortou os 8000 habitantes da cidade a prepararem-se para se mudarem para os andares superiores das suas casas, uma vez que o encerramento das auto-estradas dificultou ou impossibilitou as evacuações.
Em todo o estado, as equipas de busca resgataram 117 pessoas das suas casas e carros em lanchas rápidas, enquanto as autoridades recebiam chamadas de que ainda mais pessoas estavam presas nas suas casas em áreas remotas, disse Mike Cannon, líder da operação de Busca e Salvamento Urbano do estado, num briefing.
As autoridades do Vermont consideraram as inundações as piores desde que o furacão Irene atingiu o estado da Nova Inglaterra como uma tempestade tropical em 2011 e causou cerca de 750 milhões de dólares em danos e sete mortes no estado.
A topografia da cidade — rodeada de colinas e com o centro da cidade num vale — aumenta o potencial de inundações, disse Conor Casey, membro do Conselho Municipal de Montpelier.
A inundação teve consequências para a economia regional, tendo a empresa privada de meteorologia AccuWeather estimado os danos e as perdas económicas em 3 a 5 mil milhões de dólares (o equivalente a 2,6 a 4,5 mil milhões de euros).
"É terrível e trágico, mas felizmente ninguém ficou ferido", disse Joe Miles, 59 anos, proprietário da empresa R.K. Miles Building Materials, sediada em Montpelier. "Vamos ultrapassar isto."
Enquanto a capital de um estado do Nordeste está debaixo de água, as temperaturas do oceano subiram para 32 graus Celsius na Florida, o Texas está a escaldar sob uma cúpula de calor e a Califórnia está a preparar-se para temperaturas de 49 graus Celsius em zonas desérticas este fim-de-semana.