Provas finais. Alunos do 9.º ano ficam-se por 43% de média a Matemática

Os resultados dos dois exames realizados no 9.º são de sinal contrário: afundam-se a Matemática e dão um pulo a Português.

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Este ano exames voltam a contar para a nota final Rui Soares
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É um dos piores resultados obtidos pelos alunos do 9.º ano a Matemática. Na prova final da disciplina, realizada no mês passado por 94.509 alunos, a média desceu para 43% numa escala que vai 0 a 100%. No primeiro exame pós-pandemia, realizado no ano passado, a média tinha sido de 45%.

Com os resultados de Português passa-se o inverso: a média subiu de 55% para 61%. Em comunicado, o Ministério da Educação destaca esta terça-feira que “cerca de 78,2% dos alunos obtiveram uma classificação igual ou superior a 50%”. A Matemática só 42% conseguiram ficar neste patamar.

Nesta prova cerca de 55 mil alunos tiveram negativa, destes 3131 tiveram 0%.

No final da prova, os professores de Matemática consideraram que esta tinha sido “equilibrada”. A vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), Isabel Hormigo, destacou que houve espaço para "questões de todos os níveis de complexidade”. Indicou também que o nível de complexidade do teste, apesar de "adequado", é "ligeiramente superior ao dos anos anteriores".

O presidente da Associação de Professores de Matemática (APM) Joaquim Pinto, confirmou, que as perguntas "abrangem uma grande diversidade de conteúdos, com um grau de dificuldade variado".

"Atribuo à pandemia, à falta de professores e à mudanças das regras face aos colegas anteriores", afirma Isabel Hormigo quando questionada pelo PÚBLICO sobre as razões desta descida, para acrescentar que os alunos que fizeram a prova este ano "viveram na esperança de que não iriam fazer exame". A realização das provas finais foi interrompida durante a pandemia. Foram retomadas no ano passado, mas sem contarem para a nota final. Este ano voltaram à "normalidade", tendo um peso de 30% na classificação final.

"Boa surpresa" a Português

A vice-presidente da SPM lembra, por outro lado, que as provas finais foram a única avaliação externa que estes anos alunos fizeram. "Não realizaram nem a prova de aferição do 5.º, nem a do 8.º.Estivemos sete anos sem nenhuns dados sobre eles". Através dos dados disponíveis no site do Júri Nacional de Exames pode-se constatar que, nos últimos 12 anos, houve outras duas vezes que os alunos do 9.º ano desceram para um média de 43% a Matemática: 2011 e 2013.

Mas os resultados também podem trazer boas notícias. E esse foi o caso da prova de Português com 61% de média, que surpreenderam a associação de professores da disciplina. João Pedro Aido, vice-presidente da Associação de Professores de Português, explicita, a propósito que da análise que fizeram da prova consideraram que está foi "mais difícil" do que a do ano passado, razão pela qual não estavam à espera de uma subida da média de 55% para 61%.

"Foi uma boa surpresa", comenta. A associação de Professores de Português vai fazer uma análise mais pormenorizada, mas para já João Paulo Aido aponta como "razões prováveis" para esta subida o facto de 81% dos itens da provas serem de escolha múltipla, "apesar de alguns terem um grau de complexidade elevado". E também a circunstância de para a composição ter sido pedido um texto de opinião, género com que "os alunos se sentem relativamente à vontade" devido ao trabalho em sala de aula. No caso incidia sobre esta questão: "Terão as histórias que vamos ouvindo ou lendo ao longo da vida a capacidade para despertar em nós ideias novas, podendo transformar-nos?"

Segundo o Ministério da Educação, estas provas foram realizadas em suporte electrónico em 57 escolas, abrangendo cerca de três mil alunos. No próximo ano, a realização em computador será generalizada a todos os alunos, como já aconteceu agora com as provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º anos.

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