Coligação dos caças arranca no próximo mês

Onze países da NATO, incluindo Portugal, vão participar no programa de formação, treino e manutenção de aviões de combate F-16 para pilotos, técnicos e pessoal de apoio ucranianos.

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“Coligação centra-se na formação, mas em devido tempo estará também pronta a considerar outras linhas no esforço relacionadas com a garantia de uma capacidade F-16 plenamente funcional para a Ucrânia”, lê-se no protocolo assinado esta terça-feira EPA/RONALD WITTEK
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A chamada coligação dos caças foi oficialmente formalizada, esta terça-feira, à margem da cimeira da NATO, em Vílnius, com a assinatura de um protocolo entre os onze países aliados que vão participar no programa de formação, treino e manutenção de aviões de combate F-16 para pilotos, técnicos e pessoal de apoio ucranianos, entre os quais Portugal.

O trabalho arrancará já no próximo mês de Agosto na Dinamarca, enquanto um centro de formação é montado na Roménia. A expectativa dos signatários é poder completar a primeira acção de treino no início de 2024.

“Esta coligação centra-se na formação, mas em devido tempo estará também pronta a considerar outras linhas no esforço relacionadas com a garantia de uma capacidade F-16 plenamente funcional para a Ucrânia”, diz o protocolo, que foi assinado pela Bélgica, Canadá, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Pauses Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia e Suécia.

À entrada para a cimeira da Aliança Atlântica, em Vílnius, o primeiro-ministro António Costa, confirmou que Portugal participará ainda no reforço de meios e capacidades para a implementação dos novos planos militares regionais da NATO que foram aprovados esta terça-feira. “As tropas portuguesas ficarão à disposição do Supremo Comandante Aliado da Europa e serão empenhadas em função das missões que lhes forem atribuídas pela NATO”, afirmou.

António Costa também disse que Portugal subscreverá o novo compromisso para o investimento em defesa acima dos 2% do Produto Interno Bruto, apesar de não conseguir atingir esse valor de referência no próximo ano, como ficou definido na cimeira de Gales de 2014. “Estamos a convergir para esse objectivo”, disse o primeiro-ministro.

Segundo os números divulgados pela NATO, a despesa militar de Portugal ficará nos 1,48% do PIB em 2023. Um valor abaixo da estimativa de 1,66% avançada pelo Governo, que apresentou um calendário com as previsões de investimento até ao final da década. Segundo António Costa, Lisboa conta com a “compreensão” dos aliados para a realidade nacional, “que é de um crescimento da economia acima do previsto”.

Portugal não foi o único aliado que mudou de lugar na tabela da NATO relativa ao esforço financeiro com a defesa. “Um indicador que é indexado ao PIB é muito sensível a qualquer variação”, observou Costa. Mas no caso da Turquia, por exemplo, a justificação que é dada para não cumprir a meta dos 2% não tem a ver com a evolução da economia, mas com o embargo às exportações de material de guerra que foi imposto ao país em 2019, depois da incursão militar contra as milícias curdas do YPG na Síria.

No capítulo do material, Portugal está em linha com o objectivo fixado em Gales de dedicar pelo menos 20% da despesa militar em capacidades e equipamentos. “Essa era uma meta onde estávamos muito atrasados, mas já vamos cumprir em 2023, o que representa uma mudança muito significativa para as nossas Forças Armadas”, considerou Costa.

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