Festival dos Canais: há 52 espectáculos gratuitos para ver em Aveiro

Nesta edição, o evento regressa ao seu formato habitual. Estão garantidas 12 estreias em Portugal, entre as quais se inclui a performance britânica Black Victorians.

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ADRIANO MIRANDA
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Aveiro volta a transformar-se, a partir desta quarta-feira e até domingo, num grande palco. A música, a dança, o teatro, o circo contemporâneo e as performances de rua irão tomar conta do centro da cidade por conta de mais uma edição do Festival dos Canais, evento que regressa este ano ao seu formato habitual — depois de várias edições condicionadas pela pandemia. Durante cinco dias, há 52 espectáculos gratuitos para ver, entre os quais se incluem algumas estreias em Portugal. É o caso de Black Victorians, da encenadora e coreógrafa britânica Jeanefer Jean-Charles, que celebra e honra a presença das comunidades negras na era vitoriana — este espectáculo pode ser visto sexta, sábado e domingo, no Largo de São Gonçalinho.

Também o espectáculo Sylphes, da companhia espanhola e argentina Aerial Strada, terá no Festival dos Canais a sua primeira apresentação em território nacional. A performance irá decorrer ao longo do Canal Central, no sábado à noite, e tem o seu ponto alto no Cais da Fonte Nova, com momentos únicos de acrobacia, suspensão, luz, cor e música. “A verdade é que o Festival dos Canais é cada vez mais procurado por grandes companhias internacionais para virem apresentar os seus projectos em Portugal”, faz questão de vincar José Pina, director do Teatro Aveirense e, consecutivamente, programador do festival, que, nesta edição, também juntará três das mais aclamadas vozes masculinas da actualidade: Camané, Ricardo Ribeiro e António Zambujo partilharão o palco do Cais da Fonte Nova, no domingo.

O programa de concertos conta ainda com as actuações dos D.A.M.A, desta vez com Buba Espinho a seu lado, assim como da Banda Sinfónica Portuguesa, o saxofonista Henk van Twillert e a formação Vento do Norte, numa actuação inspirada no pintor Pieter Mondrian. Nos concertos de final de tarde, no palco Música ao Pôr-do-Sol, estarão Wolf Manhattan, Da Chick, S. Pedro e The Lemon Lovers.

A poucos meses de se tornar Capital Portuguesa da Cultura (2024), Aveiro vive esta edição do Festival dos Canais com a mesma intensidade que viveu as edições pré-pandemia. “Continuamos a fazer o percurso de crescimento, que só foi interrompido por causa da covid”, repara José Pina, sem deixar de admitir que “há sinergias que já estão a ser criadas para a edição de 2024”.

Investimento na ordem dos 600 mil euros

Nos cinco dias de festival, são esperadas “dezenas de milhares de espectadores”, à imagem “daquilo que era o cenário habitual do festival”, perspectiva o programador. Com um orçamento de cerca de 600 mil euros, a edição deste ano mantém algumas das principais marcas do festival: a Fanfarra dos Canais, que junta músicos profissionais e amadores, andará a deambular pela cidade; e a Sala de eSTAR e a Funky Beach voltam a ser pontos de encontro com serviço de bar, concertos e DJ. As crianças e as famílias voltarão a ser brindadas com diversas propostas, tendo para isso o espaço Seres da Terra, um recinto acolhedor e repleto de actividades inventivas.

Destaque, ainda, para outros dois espectáculos de grande formato, também eles em estreia absoluta em Portugal: Symfeuny, da companhia basca Deabru Beltzak, junta fogo e percussão e promete transformar as ruas numa festa (noites de sexta e sábado); Obake, criado no âmbito de uma parceria entre Aveiro, Malmo (Suécia) e Rouen (França), junta várias técnicas artísticas e acrobáticas e irá mostrar ao público como pode Aveiro inspirar a criatividade dos artistas, através do movimento e do meio envolvente (sábado e domingo).

Este ano, conforme foi já anunciado, também haverá Chefs on Fire durante o Festival dos Canais. O evento gastronómico, que se realiza pela primeira vez fora da Área Metropolitana de Lisboa, convida vários chefs a cozinhar em fogo lento, ao almoço e ao jantar, no Parque Infante D. Pedro, de sexta a domingo.

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