Ucrânia tem ajudado Svitolina a voltar ao topo do ténis mundial

Em Wimbledon, Djokovic igualou Federer no recorde de meias-finais disputadas em torneios do Grand Slam.

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Elina Svitolina festeja o triunfo sobre Iga Swiatek Reuters/TOBY MELVILLE
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Depois de um ano sem competir e nove meses após ter sido mãe da pequena Skai, Elina Svitolina está de regresso às grandes vitórias e à discussão de títulos do Grand Slam, agora sob um ranking de 76.ª mundial que reflecte apenas a paragem competitiva. Porque, convém recordar, a tenista de 28 anos já esteve no terceiro lugar da tabela WTA, em 2017, foi semifinalista por duas vezes em majors, em 2019, e contabiliza várias vitórias sobre adversárias que lideravam o ranking mundial. A de terça-feira, sobre Iga Swiatek, foi a sétima e levou-a à terceira meia-final do Grand Slam, quatro anos depois da estreia em Wimbledon.

A ucraniana manteve um elevado nível durante as quase três horas de jogo, para vencer Swiatek, por 7-5, 6-7 (5/7) e 6-2 – nos últimos 40 anos, apenas seis outras jogadoras conseguiram mais vitórias sobre adversárias que ocupavam o primeiro lugar: Serena Williams (17), Lindsay Davenport, Venus Williams (15), Steffi Graf (11), Gabriela Sabatini (10) e Amélie Mauresmo (oito). E só não ganhou em dois sets porque a fibra de Swiatek permitiu-lhe reagir, quando serviu a 4-5 e 5-6 e recuperou de 1/4 no tie-break. Swiatek admitiu que cometeu muitos erros, 41 no total, mas também frisou que a ucraniana a surpreendeu, por jogar de forma mais solta e corajosa do que anteriormente.

“Acho que a guerra me tornou mais forte. Mentalmente, não encaro situações difíceis como um desastre. Há coisas piores na vida. Estou muito mais calma, sinto pressões diferentes. Claro que quero ganhar, tenho essa motivação, enorme, de voltar ao topo, mas penso que ter sido mãe e uma guerra fez-me uma pessoa diferente”, explicou.

Sempre com o pensamento nos acontecimentos no seu país – ela e Swiatek participaram num evento no Verão passado que angariou 500 mil euros para as vítimas da guerra – Svitolina reconheceu que a invasão do seu país mudou a sua perspectiva de vida. “Sei que há muita gente na Ucrânia a assistir. Há muitos vídeos onde as crianças estão a ver os jogos nos seus telemóveis; o meu coração derrete ao ver isto”, admitiu.

No percurso até às meias-finais, Svitolina derrotou outras três campeãs do Grand Slam: Venus, Sofia Kenin e Victoria Azarenka. Na quinta-feira, vai defrontar Marketa Vondrousova, com quem perdeu os dois derradeiros duelos dos cinco já realizados, o último nas meias-finais do torneio olímpico, em 2021. O melhor resultado de Vondrousova foi obtido dois anos antes, quando surgiu inesperadamente na final de Roland Garros, onde perdeu com Ashleigh Barty, e, em consequência, chegou ao 14.º posto do ranking.

A checa de 24 anos, que só tinha vencido um encontro nas quatro visitas anteriores ao All England Club, é agora a terceira tenista na Era Open a derrotar quatro cabeças de série até às meias-finais de Wimbledon: Veronika Kudermetova (n.º12), Donna Vekic (n.º20), Marie Bouzkova (n.º32) e, nos quartos-de-final, Jessica Pegula (n.º4), que continua sem conseguiu ultrapassar a barreiras dos quartos-de-final em majors. Pegula liderou o set decisivo por 4-1, mas a maior agressividade de Vondrousova permitiu-lhe vencer, por 6-4, 2-6 e 6-4.

Sinner a rebocar o ténis italiano

No torneio masculino, Novak Djokovic (2.º) igualou Roger Federer no recorde de 46 presenças em meias-finais de torneios do Grand Slam, ao vencer Andrey Rublev (7.º), por 4-6, 6-1, 6-4 e 6-3, no 400.º encontro que realizou em majors. O sérvio de 36 anos reagiu rapidamente à perda do set inicial, mas foi no terceiro que o encontro se desbloqueou, com o detentor de 23 títulos do Grand Slam a anular os cinco break-points que enfrentou nesse set, três do quais no derradeiro jogo.

Na sexta-feira, Djokovic vai defrontar um adversário 14 anos mais novo, Jannik Sinner (8.º), naquela que será a meia-final de Wimbledon na Era Open com maior diferença de idades.

O italiano de 21 anos tem aproveitado o quadro favorável, pois o adversário mais bem classificado que defrontou foi Quentin Halys, 79.º mundial, e, nos quartos-de-final, eliminou o russo Roman Safiullin (92.º), por 6-4, 3-6, 6-2 e 6-2.

Sinner é o mais jovem semifinalista italiano num Grand Slam desde Adriano Panatta, em 1973, e o mais jovem semifinalista de Wimbledon desde 2007, mas só por um dia. É que Carlos Alcaraz e Holger Rune, ambos de 20 anos, vão decidir esta quarta-feira quem ficará com esse estatuto. No outro encontro dos quartos-de-final, Daniil Medvedev defronta Cristopher Eubanks.

Na prova feminina, as restantes semifinalistas sairão dos duelos Elena Rybakina-Ons Jabeur e Aryna Sabalenka-Madison Keys.

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