Onda de calor na China: os “facekinis” estão de volta

Estranhas tendências de protecção contra o sol crescem na China em plena onda de calor. Os “facekinis” e os casacos com filtros solares estão entre os mais procurados.

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Pessoas andam nas ruas com vestuário de protecção solar para se protegerem de queimaduras solares e bronzeado na China TINGSHU WANG/REUTERS
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Turistas com "facekini" refrescam-se numa praia balnear a altas temperaturas, em 24 de Junho de 2023, em Qingdao, província chinesa de Shandong VCG / GettyImages
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Uma mulher usa um "facekini" numa praia durante a onda de calor em 5 de Julho de 2023 em Qingdao, província de Shandong, na China VCG / GettyImages
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Turistas com "facekini" refrescam-se numa praia, em 24 de Junho de 2023, em Qingdao, província chinesa de Shandong VCG / GettyImages
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Uma mulher usa um "facekini" numa praia durante uma onda de calor em 5 de Julho de 2023 em Qingdao, província de Shandong, na China VCG / GettyImages
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Uma mulher usa um "facekini" durante uma onda de calor em 5 de Julho de 2023 em Qingdao, província de Shandong, na China VCG / GettyImages
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Uma mulher usa um "facekini" durante uma onda de calor em 5 de Julho de 2023 em Qingdao, província de Shandong, na China VCG / GettyImages
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Uma mulher protege-se do sol com um chapéu e uma máscara, num dia quente em Xangai, China, a 5 de julho de 2023 REUTERS/Aly Song
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Uma mulher vestindo roupas para se proteger do sol em Pequim, China, a 6 de Julho de 2023 EPA/MARK R. CRISTINO
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Um estafeta conduz a sua scooter em Pequim, na China, a 6 de Julho de 2023 EPA/MARK R. CRISTINO
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Pessoas com equipamento de proteção solar caminham numa rua, no meio de um alerta vermelho de onda de calor em Pequim, China, a 6 de Julho de 2023 REUTERS/Tingshu Wang
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Uma pessoa com máscara de proteção solar usa uma ventoinha enquanto caminha numa rua, no meio de um alerta vermelho para uma vaga de calor em Pequim, China, a 6 de Julho de 2023 REUTERS/Tingshu Wang
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Uma mulher com equipamento de proteção solar no meio de uma onda de calor caminha numa rua em Pequim, China, a 1 de Julho de 2023 REUTERS/Tingshu Wang
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Uma pessoa a usar equipamento de proteção solar no meio de uma onda de calor caminha numa rua em Pequim, China 30 de Junho de 2023 REUTERS/Tingshu Wang
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À medida que as temperaturas atingem um recorde de 40 graus Celsius em várias cidades da China, as maneiras encontradas pela população para se proteger do sol e para se manter fresca tornaram-se um assunto popular no país. Acessórios como chapéus com protecção ultravioleta (UV) e coberturas conhecidas como “facekinis”–​ que escondem grande parte do rosto, com excepção dos olhos –​ estão a ser vendidos sobretudo para mulheres que procuram protecção da cabeça aos pés.

Temperaturas acima dos 40 graus estão previstas em Pequim e no centro e Sudeste da China. Na província de Sichuan, no sudoeste, prevêem-se 39 graus. São ainda esperadas temperaturas acima dos 35 graus na maior parte do Norte da China, no restante de Sichuan e em grande parte do Sul.

A China deu ordem às empresas, de determinadas regiões, para limitar o trabalho ao ar livre, devido às altas temperaturas, numa altura em que o país enfrenta calor, inundações e secas. As autoridades emitiram um alerta laranja, o segundo nível de alerta mais alto, devido às vagas de calor registadas no Sul e em grande parte do Norte e Nordeste da China.

Perante esta onda de calor intenso, a população está a recorrer a todo o tipo de estratégias para se proteger. Na rua ou na praia, as pessoas cobrem o corpo para evitar o sol e também recorrem as máscaras ou panos para tapar a face. Os chamados "facekinis" estão de volta.

Pode parecer estranho, mas o acessório "facekini" não é uma novidade no mercado. A máscara para proteger a face do sol (e dos mosquitos, também) foi criada há bem mais de uma década. A novidade é que está de volta e parece que a "moda" ganha agora uma nova força na China, que enfrenta elevadas temperaturas debaixo de um sol escaldante.

Pessoas com vestuário de protecção solar em Pequim, China, durante uma onda de calor Tingshu Wang/Reuters
Pessoas com vestuário de protecção solar em Pequim, China, durante uma onda de calor Tingshu Wang/Reuters
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Pessoas com vestuário de protecção solar em Pequim, China, durante uma onda de calor Tingshu Wang/Reuters

A tendência levou a um aumento de marcas locais focadas em produtos de protecção solar, como a Bananain, Beneunder e OhSunny. Entre outras com maior dimensão, destacam-se Anta, Uniqlo, Lululemon e Decathlon, que também acrescentaram roupas à sua gama de produtos locais, como chapéus e casacos com protecção UV.

Dados da Consultoria China Insights, sediada em Xangai, mostram que o mercado chinês de vestuário de protecção solar aumentará a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR na sigla em inglês) de 9,4% de 2021 a 2026, com a dimensão do mercado a atingir 95,8 mil milhões de yuans (12,07 mil milhões de euros) em 2026.

“Preocupamo-nos com queimaduras solares e bronzeados, por isso estamos totalmente preparados”, disse uma empresária de 34 anos, referindo-se ao seu vestuário composto por um chapéu e mangas de protecção nos braços, enquanto visitava a zona turística de Qianmen, no centro de Pequim.

Muitas consumidoras do Leste asiático preferem uma pele clara, por isso os produtos de protecção solar são tão populares na China e nos países vizinhos. Os analistas afirmam que a tendência se acentuou na China neste ano.

Mercado de vestuário de protecção solar em ascensão

Dados da plataforma de compras Tmall, do grupo Alibaba, mostram que durante o Festival de Compras 618 – evento organizado pela empresa de comércio electrónico JD.com – deste ano, realizado no mês passado, as vendas de vestuário de protecção solar de “nova geração” cresceram 180% em relação ao ano anterior. O número de peças de roupas desse género compradas por consumidor foi de duas a três vezes maior que os dos anos anteriores.

Segundo a Tmall, as “máscaras de protecção solar” são também particularmente populares. Existe mesmo uma versão com a metade inferior da máscara branca e a parte superior cor-de-rosa, dando a impressão de que o utilizador está maquilhado quando visto à distância.

Li Hongmei, uma residente de Pequim de 26 anos, diz que é fã destas máscaras e que também utiliza um casaco de protecção solar quando sai de casa. “Durante a pandemia, não me maquilhava com frequência, porque utilizaria uma máscara de qualquer forma”, contou à Reuters, enquanto percorria uma prateleira de roupa de protecção solar da Adidas. “Agora estou demasiado preguiçosa para voltar à maquilhagem, prefiro colocar uma 'facekini' e sair.”

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