Gelo marinho da Antárctida sofreu “diminuição maciça” em Junho, alerta OMM

Níveis de gelo marinho da Antárctida decresceram em Junho, diz Organização Mundial de Meteorologia, que alerta mais uma vez para o aquecimento dos oceanos.

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Em Junho, a tendência normal é que o gelo marinho da Antárctida aumente Alister Doyle/Reuters (Arquivo)

Os níveis de gelo marinho da Antárctida alcançaram um recorde mínimo em Junho, disse a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) nesta segunda-feira, um acontecimento que os especialistas em alterações climáticas descreveram como sendo preocupante.

A OMM disse que os níveis de gelo da Antárctica no mês passado – o Junho mais quente de sempre desde que há registos – tinham atingido o nível mínimo, 17% abaixo da média,​ desde que há observações de satélite.

“Estamos habituados a ver estas grandes reduções no gelo marinho no Árctico, mas não na Antárctida. Esta é uma diminuição maciça”, disse Michael Sparrow, director do Programa de Investigação do Clima Mundial da OMM, aos jornalistas em Genebra.

As temperaturas da superfície do mar a nível mundial alcançaram um recorde máximo para aquele período do ano, em Maio e em Junho, de acordo com a OMM, que alertou que o aquecimento dos oceanos estava a aumentar rapidamente não só à superfície.

“Não é só a temperatura superficial, mas todo o oceano está a ficar mais quente e a absorver energia que vai ficar ali durante centenas de anos”, disse a OMM. “As campainhas de alarme estão a tocar especialmente alto devido às temperaturas superficiais sem precedentes no Atlântico Norte.”

A organização disse que é esperado que o padrão climático El Niño, que emergiu recentemente, vá aumentar as temperaturas tanto em terra como nos oceanos, o que poderá levar a mais ondas de calor marinhas e temperaturas extremas.