Quem disse que as emissões de CO2 são invisíveis? Veja estes vídeos da NASA

O CO2 é invisível ao olho humano. Então, como mostrar esta ameaça às pessoas? Recorrendo a técnicas avançadas de modelação informática, a NASA revela a viagem do CO2 na Terra durante um ano.

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Cientistas da NASA "coloriram" as fontes de emissões de CO2 para revelar como se acomodam na atmosfera NASA's Scientific Visualization Studio
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Às vezes é mesmo preciso fazer um desenho para transmitir uma ideia de forma clara e rápida. Neste caso, não se trata de um desenho mas de um bloco de vídeos divulgado pela agência espacial norte-americana (NASA) que cumpre bem o objectivo: “Ver para crer.” As impressionantes animações divulgadas pela NASA mostram o rápido aumento do manto das concentrações de dióxido de carbono que se acumulam na atmosfera.

As emissões de CO2 são consideradas o principal factor para o aquecimento global produzido pelos humanos. Porém, ao contrário de outras formas de poluição do ar, o CO2 é invisível ao olho humano, não conseguimos vê-lo à nossa frente. Então, como mostrar esta ameaça às pessoas? Com vídeos e cor, a NASA junta mais um crédito importante à sua longa lista de contributos para comunicar ciência.

As novas imagens da NASA mostram as emissões de CO2 que se acumulam na atmosfera ao longo de um ano, identificando as diferentes fontes com cores. Assim, temos a queima de combustíveis fósseis de origem humana (amarelo); queima de biomassa de origem humana (vermelho); ecossistemas terrestres (verde) e oceano (azul). Os pequenos pontos verdes indicam a absorção de CO2 pelos ecossistemas terrestres e pelo oceano.

Ao "colorir" o CO2, qualquer pessoa pode "ver" as alterações registadas ao longo de um ano. São vários vídeos curtos bastante impressionantes com pouco mais de um minuto e que apontam para vários locais do planeta. Aqui podemos ver claramente o desequilíbrio das emissões de CO2 entre os hemisférios norte e sul e também percebemos como o CO2 é transportado pelas correntes de ar, uma vez na atmosfera.

O carbono move-se constantemente entre a terra, a atmosfera e os oceanos, num processo designado por "ciclo global do carbono". A equipa da NASA calculou as emissões de CO2 — e a absorção — de quatro componentes-chave do ciclo global do carbono durante 2021. Os vídeos revelam diferenças regionais nas fontes de emissão de CO2.

No vídeo da Europa e África é possível ver elevadas emissões de combustíveis fósseis da Europa e do Médio Oriente que dominam rapidamente o globo. "As emissões europeias de combustíveis fósseis são visíveis, tal como o vermelho que representa as emissões dos incêndios na África Central, utilizados para limpar os resíduos das colheitas", assinala o comunicado da NASA.

Há assim um sinal claro de emissões provenientes de queimadas agrícolas na África Central, ainda que os cientistas reconheçam que os incêndios representam uma fonte de CO2 muito menos relevante do que os combustíveis fósseis. Mas, avisam, "são importantes porque podem alterar a capacidade de um ecossistema para sequestrar carbono no futuro". "Os cientistas estão a monitorizar cuidadosamente a forma como as emissões de CO2 provenientes dos incêndios são alteradas pelas alterações climáticas, que estão a trazer estações de fogo mais longas e mais severas a muitas áreas", adiantam.

Nas imagens sobre a América do Norte e a América do Sul destacam-se "algumas características interessantes" que incluem as "emissões de combustíveis fósseis do corredor urbano do nordeste, que se estende de Washington D.C. a Boston, nos Estados Unidos", referem os cientistas, acrescentando que "a rápida oscilação sobre a floresta amazónica mostra o impacto das plantas que absorvem carbono enquanto o sol brilha e depois o libertam durante a noite".

No vídeo que releva as fontes e sumidouros de CO2 sobre a Ásia e a Austrália, "a característica mais notável é a emissão de combustíveis fósseis da China, que contribuem para o aumento da carga atmosférica de CO2 ao longo de 2021". "No final da animação, as emissões de combustíveis fósseis, que são libertas predominantemente no hemisfério norte, misturam-se para sul, obscurecendo a Austrália."