IL propõe gabinete de combate à corrupção e redução de impostos na Madeira

Eleições legislativas regionais da Madeira estão marcadas para 24 de Setembro. IL quer criar um gabinete de combate à corrupção.

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Presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha na Madeira, acompanhado pelo coordenador regional, Rui Morna, à esquerda LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições regionais da Madeira, Nuno Morna, propôs este domingo a criação de um gabinete de combate à corrupção e a redução dos impostos.

Falando no Funchal na apresentação da lista de candidatos da IL às eleições legislativas regionais da Madeira, marcadas para 24 de Setembro, Nuno Morna destacou estas medidas como as primeiras a serem apresentadas na Assembleia Legislativa da Madeira caso o partido consiga representação (actualmente, não tem assento no hemiciclo).

O candidato teceu críticas ao PSD, que governa a região há 47 anos, e defendeu ser “urgente enterrar de vez o contencioso da autonomia”, por ser “uma arma de arremesso que anda para um lado e para o outro e não resolve absolutamente nada”.

“Este ciclo interminável da autonomia da grande laranja, pejada de ‘jobs for the boys’, nepotismo, subsidiação de tudo o que mexe, perseguição aos que se atrevem a dizer que o rei vai nu, betão e protecção aos grupos económicos, fracas perspectivas de desenvolvimento e uma enorme preguiça de fazer seja o que for tem de acabar”, afirmou Nuno Morna.

O partido quer, assim, criar um gabinete de combate à corrupção “para acabar com isto e tornar tudo mais transparente”, salientou.

Nuno Morna quer apresentar na Assembleia Legislativa da Madeira a proposta de criação de “um sistema fiscal regional, que prevê uma taxa de IRC de 12%, redução de acordo com a legislação em vigor de 30% no IRS e no IVA e nos impostos especiais de consumo, e redução do Imposto de Selo, do IMI e de todos os tipos de derramas e taxações respectivas”.

O candidato da IL realçou igualmente que no próximo ciclo legislativo, do qual o partido espera fazer parte, procurará “estabelecer acordos entre as partes no sentido de tudo fazer para que se inicie um processo de revisão do Estatuto Político-Administrativo” e para que a revisão constitucional “deixe cair a figura do representante da República” e permita “alargar os poderes autonómicos”.

O candidato realçou que, nos últimos meses, “a Iniciativa Liberal lutou para que todos os madeirenses pudessem, tal como acontece em todos os actos eleitorais realizados no país, votar em mobilidade” nas eleições legislativas regionais, lamentando que os madeirenses tenham sido tratados “como portugueses de segunda” pela maioria PSD/CDS-PP que governa a região.

“Porque é que estes dois partidos que nos governam têm medo de dar voz a todos os madeirenses?”, questionou.

“Não podemos continuar a viver este tipo de autonomia coxa, que vive constantemente de mão estendida a pedinchar dinheiro. A autonomia tem de ser refundada, tem de sair de uma vez por todas da menoridade em que vive e entrar na sua maioridade. São 48 anos de autonomia, caramba”, reforçou.

Nuno Morna falou também numa “pobreza escondida”, que tem de ser combatida, referindo que “mais de 30% dos madeirenses correm risco de pobreza”.

O candidato da IL referiu ainda que o partido vai apresentar um conjunto de propostas em áreas como a habitação, os transportes, a educação e a saúde.

Por seu turno, o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que está na região até terça-feira, considerou que Nuno Morna é um homem convicto, com “vontade de mudar as coisas e um profundo conhecimento do terreno”.

“Deixem passar o liberalismo para a Assembleia Regional”, afirmou o líder nacional da IL, acrescentando que “se um deputado regional vai fazer com certeza toda a diferença, um grupo parlamentar vai constituir uma peça essencial para a transformação do futuro da Madeira”.

Nuno Morna, Carla Chatterley, António Nóbrega, Duarte Gouveia, Adelina Freitas e Vasco Marcial são os primeiros seis candidatos da lista da IL às próximas eleições legislativas regionais.