Os filhos da cantora Aretha Franklin, que morreu em Agosto de 2018, continuam a disputar a herança da mãe cinco anos após o começo dos trâmites legais. A batalha judicial está relacionada com a validade dos seus testamentos —há duas versões, uma de 2010 e outra de 2014, que dividiram os filhos.

O julgamento que avaliará os manuscritos está marcado para esta segunda-feira, dia 10. Ambos os documentos foram encontrados na casa de Franklin, em Detroit, nos Estados Unidos, meses depois de ela morrer de cancro de pâncreas aos 76 anos. O mais antigo foi achado no seu escritório, e, o segundo, dentro de um caderno que estava entre as almofadas de um sofá.

No testamento de 2010, a cantora escrevia que Sabrina Owens, sua sobrinha, e seu filho Ted White II, conhecido como Teddy Richards, de 59 anos, deveriam actuar como "co-executores" do documento, garantindo que os pedidos fossem cumpridos.

Também dizia que seus outros filhos, Kecalf Franklin, de 53, e Edward Franklin, 66, deveriam ter aulas de Gestão para poderem beneficiar do espólio. É este documento que White defende como válido.

Quatro anos depois, no entanto, Franklin fez uma nova versão do documento. Nela, o nome de White estava riscado como executor, colocando Kecalf em seu lugar. Kecalf e Edward defendem que o testamento actualizado é o que deve ser respeitado.

A divisão de bens feita por Franklin deixaria sua casa principal em Bloomfield Hills — que no ano de sua morte foi avaliada em 1,1 milhão de dólares (1 milhão de euros, mas que actualmente vale muito mais) — para Kecalf e seus filhos. Os vestidos da artista poderiam ser leiloados ou encaminhados para a Smithsonian Institution, um espaço educacional e de pesquisa dos Estados Unidos.

Nos dois testamentos, ela manifestou o desejo de que seu filho mais velho, Clarence Franklin, de 68 anos, fosse regularmente sustentado.

Os activos de Aretha Franklin, sobretudo propriedade imobiliária e dinheiro, são estimados em 4,1 milhões de dólares (3,7 milhões de euros). O valor não inclui a sua propriedade intelectual e legado musical. com PÚBLICO

Exclusivo PÚBLICO/Folha de São Paulo